quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Postura defensiva? Quem? Eu?!


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Postura defensiva? Quem? Eu?!

Acredito que todos nós concordamos que o  autoconhecimento é indispensável para obter sucesso. Apesar disso, muitos  assumem uma postura defensiva ao longo de suas carreiras, e isso definitivamente  não contribui em nada para seu êxito profissional. Quer saber o porquê?
Porque agindo dessa forma as pessoas vão lhe dar  menos feedback e, assim, você dependerá demais de uma autopercepção incorreta.  Com o tempo, seus pontos cegos se multiplicarão (coisas que os demais sabem  sobre você, mas que você nega ou não está consciente de que faz) e, mais cedo ou  mais tarde, um deles vai acabar estabelecendo um teto para o seu crescimento.  Aguarde e verá.
Mas há uma luz no final do túnel. Para  neutralizar essa triste possibilidade, indique aos demais que está aberto a  ouvir o feedback deles, por mais equivocado ou injustificado que seja, e que vai  levar a opinião deles em consideração.
É simples, mas não é fácil. No entanto, a  recompensa será concreta: atuando dessa maneira, você vai adotar iniciativas de  desenvolvimento e aprimoramento ao reagir a uma parte dessa avaliação. Digo  parte, pois existe uma grande probabilidade de que outras parcelas da avaliação  sejam descartadas ou então contestadas. Faz parte do processo.
Fica claro o risco inerente à postura defensiva?  Somente por meio do feedback é possível fazer essas três coisas – reagir,  descartar e contestar – que possibilitarão uma carreira mais sólida e  fértil.
Chego, assim, ao cerne deste post: dez dicas que  podem ajudá-lo a aceitar as críticas como uma oportunidade para aprender.
1. Solicite um feedback 360°- Assumir uma postura defensiva é um grande empecilho para um  autoconhecimento amplo e fidedigno. Quem fica nessa posição se superestima aos  olhos dos demais. Se for visto como uma pessoa que nega suas falhas, talvez  acabe ficando sobrecarregado quando os outros tiverem finalmente a chance de lhe  dar feedback. As avaliações que fizerem de você serão mais baixas que o  justificado, afinal, eles pensam que a mensagem precisa falar mais alto para  penetrar seus escudos de defesa. Ao adotar uma postura defensiva, a melhor  estratégia para saber o que os demais realmente pensam é pedir uma avaliação  360°, no qual todos ficam no anonimato e alguém do departamento de RH coleta as  informações e as interpreta para você. Se pedir a avaliação diretamente, em  virtude do seu histórico de ficar na defensiva diante das críticas negativas, é  pouco provável que fique sabendo a verdade. Afinal, ninguém gosta de dar  feedback verdadeiro e útil nesses casos. Pode apostar.
2. Gerencie sua reação – Você  precisa treinar como vai se manter calmo, enquanto recebe uma avaliação  negativa. Precisa mudar sua forma de pensar. Ao receber um feedback, seu único  trabalho é compreender exatamente o que as pessoas estão querendo lhe dizer.  Nesse momento, não cabe aceitar ou rejeitar os comentários. Isso virá depois.  Treine mentalmente como reagirá de maneira calma ao feedback negativo, quando  chegar a hora de enfrentar essa situação. Crie táticas automáticas para “desligar” ou adiar sua reação emocional. Algumas delas incluem desacelerar,  tomar notas, fazer perguntas de esclarecimento, pedir exemplos concretos e  agradecer por dizerem o que disseram. Afinal, você sabe que não foi fácil para  eles.
3. Independentemente do quão exato,  aceite o feedback - Lembre-se de que as pessoas suspeitam de que você  não consegue receber feedback de jeito nenhum, que se acha perfeito, que está se  defendendo de qualquer coisa que indique o contrário do que pensa e que, muito  provavelmente, vai culpar quem fez uma avaliação composta por informações  inválidas. Elas esperam que a conversa seja dolorosa, tanto para elas quanto  para você. Para pôr um fim nesse círculo vicioso, você precisa seguir as regras  do bom ouvinte. Apesar de parecer um tanto injusto, deveria inicialmente aceitar  todo feedback como fidedigno, mesmo quando sabe que esse não é o caso. E digo  mais, precisa ajudar os demais a dar feedback desde o principio, de forma que  superem o medo em relação à sua histórica postura defensiva. Se a distorção for  séria, você pode voltar e consertar depois.
4. Reflita sobre o feedback – Depois da sessão, quando a poeira baixar e puder compreendê-la melhor,  anote todas as críticas em fichas ou bloquinhos (tipo Post-it). Crie duas  pilhas: “Críticas possivelmente verdadeiras” e “Acho que viajaram na maionese”. Peça a ajuda de alguém de confiança e que lhe conheça bem, assim não vai se  iludir. Para os comentários verdadeiros, indique para as pessoas que deram o  feedback que compreendeu a mensagem, considera que tem fundamento e que tentará  fazer alguma coisa a respeito. Quanto aos demais, que não são verdadeiros,  divida a pilha entre críticas importantes para você e o que é trivial ou  irrelevante. Jogue fora os irrelevantes. Para os comentários que provavelmente  não são exatos, porém são importantes, reorganize a pilha de acordo com o que é  uma ameaça à sua carreira (se os meus superiores realmente achassem isso de mim,  minha carreira estaria comprometida) e o que não é um obstáculo. Jogue fora o  que não for um entrave. Repasse a pilha que sobrar com o seu superior imediato  e/ou mentor, para ver qual é a opinião geral sobre você. Isso o deixa com duas  novas pilhas: o que acham (mesmo que não seja verdade) e o que não acham de  você. Jogue fora a pilha “não acham”. Use a pilha que sobrar para criar um plano  e convencer as pessoas ao seu redor – atente: com ações, não com palavras – de  que as críticas que fizeram sobre você em breve não serão mais verdadeiras.
5. Demonstre que leva o seu  desenvolvimento a sério – Diga quais são suas necessidades de  desenvolvimento e peça ajuda aos demais. Uma das melhores maneiras de evitar  críticas é mencioná-las primeiro e deixar as pessoas entrar nos detalhes.  Pesquisas apontam que os outros tendem mais a ajudar e a dar o benefício da  dúvida a quem admite suas fragilidades e tenta fazer algo para consertá-las.  Afinal, eles sabem que é preciso coragem.
6. Foque no problema – Uma  consequência natural da postura defensiva é a resistência a qualquer coisa que  seja nova ou diferente. Nas suas interações diárias com outras pessoas, essa  posição pode fazê-lo parecer fechado ou resistente a pontos de vista novos ou  diferentes. O primeiro passo que você precisa dar é desligar o programa de  avaliação e rejeição e passar a escutar mais. Faça mais perguntas: “Como chegou  lá?”, “Você prefere isto ou aquilo ao que estamos fazendo agora?”. Se discordar,  dê os seus motivos primeiro. Então, peça aos outros para criticarem a sua  resposta. Direcione sua divergência para a natureza do problema ou a estratégia: “O que estamos tentando resolver? Qual é a causa? Quais perguntas deveriam ser  respondidas? Que padrões objetivos poderíamos utilizar para medir o  sucesso?”.
Em vez de discutir sobre a divergência entre a  sua opinião e a da outra pessoa, concentre-se nos critérios usados para tomar  uma decisão. Adote um estilo mais aberto. Todo esse esforço renderá poucos  frutos, se você não demonstrar que está aberto aos demais, interessado no que  eles têm a dizer, compartilhar coisas pessoais que não precisaria compartilhar e  incentivar outras pessoas a dar sua opinião enquanto as ouve. Você precisará  persistir, resistir não só a eventuais rejeições, mas talvez até a alguns  comentários furiosos e desdenhosos, para poder equilibrar a situação. Pratique  mentalmente para não ser pego de surpresa. Como os outros esperam que você reaja  às críticas ficando na defensiva, você precisa tomar a iniciativa e se abrir  para a conversa.
7. Transforme os pontos cegos em  fragilidades reconhecidas - O que mais coloca a nossa carreira em risco  são os pontos fracos que realmente temos, mas que negamos ou rejeitamos. Isso  significa que damos continuidade ao nosso desempenho como se fôssemos muito  bons, quando na verdade não somos. Veja, é melhor ter um ponto fraco conhecido e  admitido. Sabemos que não somos bons nisso, então nos esforçamos mais, pedimos  ajuda, delegamos, encontramos um coach ou um mentor, lemos um livro ou  contornamos o problema. Sua nova tarefa na vida é eliminar todos os pontos  cegos. Transforme todos os seus pontos cegos em pontos fracos conhecidos, e os  pontos fracos conhecidos em uma habilidade. Assuma como sua expedição pessoal  descobrir o que todo mundo realmente pensa de você.
8. Revele mais sobre você -Pessoas que ficam na defensiva geralmente são tímidas e pouco acessíveis, quando  o assunto envolve informações pessoais, principalmente se possíveis fragilidades  ou erros forem o tema. Os tipos de revelação de que as pessoas mais gostam são:  1) os motivos por trás daquilo que você decide fazer; 2) sua autoavaliação; 3)  informações que eles desconhecem, mas que você sabe que está rolando na empresa  e tem liberdade de divulgar; 4) tanto coisas positivas que lhe aconteceram  quanto momentos que o fizeram passar vergonha; 5) comentários sobre o que está  ocorrendo ao seu redor (evitando ser negativo sobre os demais); e 6) seus  interesses fora do trabalho. Essas são as áreas que deveria aprender a revelar  mais. Se divulgar sua autoavaliação sobre seus possíveis pontos fracos, isso  diminuirá a quantidade de vezes que precisará ficar na defensiva. Esses dados  que quebram o gelo abrem as portas para um tipo de relacionamento que lhe  proporcionará mais feedback.
9. Evite reações ríspidas e precipitadas – Isso provavelmente vai lhe causar problemas. Você pode tirar  conclusões apressadas, rejeitar categoricamente o que os outros dizem, usar um  linguajar agressivo ou ainda rapidamente negar ou culpar alguém. Então, as  pessoas o veem como alguém fechado e combativo. De maneira mais negativa, podem  até pensar que acha que os demais são estúpidos ou desinformados. Se for visto  como uma pessoa intolerante, os outros geralmente irão se embaralhar nas  próprias palavras, enquanto se apressam para falar com você, e tentarão encurtar  o próprio argumento, pois acham que você não vai ouvir mesmo (“então de que  adianta?”). A saída é sempre fazer perguntas de esclarecimento primeiro, para  receber mais informações, e preparar uma reação mais calculada e calma.
10. Tome cuidado com a linguagem não  verbal – A maioria das pessoas que fica na defensiva possui um ou mais  sinais não verbais que indicam que não aceita o que os demais estão dizendo.  Podem ser sobrancelhas cerradas, olhar vazio, vermelhidão, agitação corporal, o  dedo ou a caneta batucando na mesa, apontar etc. A maior parte das pessoas ao  seu redor reconhece esses sinais. E você? Pergunte a alguém de confiança o que  geralmente faz. Tente eliminar essas atitudes não verbais que têm efeito  negativo.
Para essas e outras habilidades, conte  comigo.
Pablo

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