quarta-feira, 14 de novembro de 2012

«Mais do que uma época de mudanças, o momento que vivemos deve configurar-se como uma mudança de época.»


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«Mais do que uma época de mudanças, o momento que vivemos
deve configurar-se como uma mudança de época.»
Não podia estar mais de acordo com a frase em epígrafe, cujo autor e respectiva referência, infeliz e injustamente, se apagaram da
memória. Arrisco mesmo que a mudança necessária não é apenas
política, económica ou social. É cultural ou mesmo civilizacional.
As organizações são «redes de conversações orientadas para resultados». Neste contexto, o ‘coaching’ é um processo de apoio à
afinação e à refinação dos discursos, das narrativas individuais e
colectivas. Configura-se num veículo (aliás, o termo vem de ‘coche’) que pode levar à promoção de aprendizagens que tornem as
conversações mais eficazes, claras e precisas.
Não basta mudar as palavras (um exercício infrutífero). Ao mudar
as narrativas, alteram-se as concepções, os paradigmas com que
observamos o mundo, as interpretações e os juízos que fazemos.
A linguagem é aqui um agente intermediário privilegiado. Mas não
é o único, nem o mais importante.
Aprendizagem não é apenas a aquisição de uma nova capacidade
de execução. A verdadeira aprendizagem implica a identificação
do indivíduo com o que é aprendido. Para que seja sustentada,
o tempo é preponderante. É essencial
para que a identificação ocorra, para que
o que foi aprendido se transforme em
mais do que novas maneiras de fazer, se
torne em novas maneiras de falar, de se
relacionar com os outros e de ser. Sem
tempo, essa nova capacidade de execução não se pode tingir com um fundo
afectivo que permita retirar prazer das
novas competências, tornando-as assim
parte do indivíduo.
O que precisamos então de aprender?
Individual e colectivamente? Que paradigmas devemos, queremos ou temos de
mudar?
Embora a solução imediata me escape,
talvez por não ser imediata, sinto que a
mudança passará por maior atenção e
(pre)ocupação com a dimensão humana. Os paradigmas positivista e economicista que influenciam a gestão e a ciência modernas
têm-nos afastado deste propósito.
Devemos perseguir novos caminhos de aprendizagem. Quem
sabe, nem teremos de os inventar, bastará recuperá-los.
João Sevilhano
(*)
Novos caminhos de aprendizagem
A verdadeira aprendizagem implica a identificação
do indivíduo com o que é aprendido.
© Vítor Gordo
(*)
João Sevilhano é diretor pedagógico da Escola Europeia de Coaching (EEC); joaosevilhano@escolacoaching.com
O autor não segue o novo aco

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