sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A Importância de Atividades Recreativas e Culturais no Processo de Socialização de Crianças de 05 a 10 Anos


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Resumo: O presente artigo buscou verificar a importância de brincadeiras recreativas e culturais no processo de socialização de crianças de 05 a 10 anos, que vivem provisoriamente na Instituição Recanto Samaritano no Projeto Complexo Aconchego. Através de visitas semanais levamos materiais lúdicos e culturais, para que através desse processo pudéssemos observar a socialização. Pois segundo Papalia, Olds e Feldman, (2010, p. 291) “brincar é o trabalho das crianças e isso contribui para todos os domínios do desenvolvimento”, brincando ela estimulará sentidos, aprendendo a usar os músculos, coordenando melhor a visão, adquirindo assim novas habilidades para melhor interpretar o mundo no qual está inserida.  Para Papalia, Olds e Feldman, (2010) quanto mais nova a criança, mais individual e egocêntrica é sua brincadeira, à medida que a criança cresce, seus jogos tendem a tornar mais interativos e cooperativos. Dessa forma foram utilizados alguns recursos que promoveram a integração e aprendizagem das crianças, tais como: pinturas de desenhos infantis e folclóricos, jogos lúdicos, dinâmicas em grupos. Dentre os diversos mecanismos de coleta de dados, esse projeto fez uso da entrevista, da observação, e também do questionário. Através da realização deste trabalho na Instituição o grupo concluiu que as atividades recreativas e culturais contribuem sim no processo de socialização das crianças. Podemos fazer tal afirmação a partir dos dados colhidos e analisados na pesquisa feita em campo.
Palavras-chave: brincadeiras recreativas; observação; crianças; socialização.

Introdução

Este artigo teve o objetivo de conhecer melhor o impacto das atividades recreativas e culturais no processo de socialização das crianças de cinco a dez anos, ditas institucionalizadas. Papalia, Olds e Feldman (2010)  ressaltam que o processo de socialização é compreendido como fundamental para o desenvolvimento humano, brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e também confere habilidades, além disso, é estimulada pela curiosidade, autoconfiança e autonomia, desta forma, descobre a linguagem, o pensamento, a concentração e a atenção. Segundo Papalia, Olds e Feldman, (2010, p. 291) “quanto mais nova a criança, mais individual e egocêntrica é sua brincadeira, a medida que a criança cresce, seus jogos tendem a tornar-se mais interativos e cooperativos”.
O ser humano é por natureza um ser que tem necessidade de se relacionar, para tanto o processo de socialização se dá através do convívio e da construção de vínculos, que são fundamentais ao desenvolvimento.
Foram abordadas questões de socialização e integração entre crianças de cinco a dez anos através de atividades lúdicas tais como: pular corda e elástico, brincadeiras dinâmicas, brincadeira na quadra de recreação da instituição e também atividades culturais como pinturas de desenhos folclóricos e infantis, além de cantigas de roda, onde través de jogos e brincadeiras introduzimos a cultura brasileira como um fator contribuinte para a evolução das crianças não somente como individuo, mas, como um grupo, para que possam aprender a viver em sociedade.  Segundo Brunelle e Leif (1978, p. 45) “O jogo mobilizará motivações muito mais poderosas para vantagens decididamente opostas às vantagens reais.”. Desta forma o jogo não se torna banal, mas um fator crucial de aprendizagem.

Referencial Teórico

A noção do desenvolvimento humano está intimamente ligada a um processo contínuo de evolução, sejam nos aspectos, psicológicos, cognitivos, físicos e sociais. Processo esse que não é determinado apenas pelas bases biológicas ou genéticas, mas que também é desenvolvido no contexto social no qual a criança está submetida, onde a criança estruturará sua personalidade, bem como seu caráter e temperamento. Quando estimulada de forma coerente e eficaz trará bons frutos ao desenvolvimento psíquico e biológico, porém, quando esses estímulos não forem bem aplicados, trarão prejuízos imensuráveis que acompanharão o indivíduo por toda sua vida.
Em relação à importância da escola no processo de socialização, Morais (1992, p. 173) salienta que:
À escola foi cometida a função de complementar a socialização primária da criança, iniciada principalmente na família, procedendo de forma a promover o desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo, e ao mesmo tempo procurando que o aluno adquira uma “identidade cultural específica”, isto é, que o ser biológico seja transformado em ser social com características próprias [...] esse processo evolutivo tem como ponto de partida a família, ou seja a classe social, que corresponde a posição dos pais na divisão social de trabalho. Essa posição na hierarquia social vai influenciar como se processa a socialização da criança na família.
Para tanto, na instituição foram utilizados alguns recursos que promoveram a integração e a aprendizagem das crianças, tais como: pinturas de desenhos infantis e folclóricos, jogos lúdicos, dinâmicas em grupo, leituras de contos folclóricos e cantigas de roda embasadas no folclore brasileiro e nas diversas formas que contribuem para o processo de socialização.
Segundo Piaget o afeto é o principal impulso motivador dos processos de desenvolvimento mental da criança.
“Toda conduta supõe a existência de instrumentos, ou seja, de uma técnica os aspectos motores intelectuais; mas também toda conduta implica em certas ativações e metas valiosas; trata-se dos sentimentos, e assim afetividade e inteligência são indissolúveis e constituem os dois aspectos complementares de toda conduta humana”. (PIAGET, 1978, p. 38)
Concluindo assim que a utilização de brincadeiras e dinâmicas contribuem bastante para a socialização das crianças, além de estimular a autonomia, a autoestima e principalmente para o estreitamento dos laços de amizade entre eles.

Metodologia

Dentre os métodos disponíveis para a realização de pesquisas utilizamos o método dedutivo, onde Andrade (2001, p. 131) destaca que “a dedução é caminho das consequências, pois uma cadeia de raciocínio em conexão descendente, isto é, do geral para o particular, leva a conclusão”, ou seja, partindo das teorias e leis, chega-se a previsão de acontecimentos particulares.
Para coletar os dados, esse projeto fez uso da entrevista, da observação, e também do questionário. Para Cervo e Bervian, (1976, p. 145) “a entrevista é a conversa orientada para um objetivo definido: recolher através do interrogatório do informante, dados para a pesquisa”. A entrevista é uma ferramenta de suma importância, pois, é uma forma de encontrar dados e registros, fornecidos por pessoas que não são encontrados em livros e em pesquisas bibliográficas. A observação, conforme comenta Cervo e Bervian, (2002, p. 27) “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um objeto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso”, foi feito junto a Instituição, um trabalho primordial  de observação, uma vez que uma observação bem feita é a base de qualquer trabalho científico. Foi utilizada a observação participante, que para Cervo e Bervian (2002, p. 28) “é quando o observador se envolve e deixa se envolver com o objeto da pesquisa, passando a fazer parte dele” e também como eles reiteram, usamos também a observação em equipe, onde o objeto da pesquisa é observado por várias pessoas com o mesmo propósito, ainda que em tempos e lugares distintos.
Cervo e Bervian (1976, p. 147) salientam que “o questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois, possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja”. Todo questionário deve ser de natureza impessoal, a fim de assegurar a uniformidade na avaliação de uma situação para outra estabelecendo com critério quais as questões mais importantes a serem propostas e que interessam a ser conhecidas.

Resultados

No decorrer da pesquisa, nosso grupo interagiu com as crianças da instituição levando atividades recreativas, jogos, desenhos para colorir, a fim de proporcionar um ambiente que favorecesse a socialização. E ao final aplicamos os questionários e fizemos as entrevistas a fim de coletar os dados para verificar se houve ou não uma intensificação no processo de socialização entre eles.
Após a tabulação dos dados nosso grupo pôde identificar quais as atividades preferidas das crianças, e também analisar a visão que as monitoras responsáveis pelas crianças tiveram do resultado do nosso trabalho.
Com os dados em mãos observamos que 90% das crianças gostavam de participar das nossas atividades e se sentiam bem interagindo conosco. As monitoras por sua vez foram unânimes em afirmar que nosso projeto atendeu as expectativas da instituição, e também contribuiu com a socialização entre elas.
Durante todo o período que frequentamos a instituição a fim de realizarmos nossa pesquisa percebemos também que o nosso grupo cresceu bastante, principalmente em experiência, pois, ao lidar com a realidade tão diferente do nosso cotidiano, aprendemos que podemos fazer muito mais pelo outro, e que se importar de verdade com as pessoas faz toda a diferença.

Conclusão

Concluímos ao final da pesquisa que a aplicação de atividades recreativas e culturais contribui em vários aspectos do desenvolvimento infantil, tais como: aprendizagem, coordenação motora, cognição e também a socialização. Também esse trabalho nos mostrou que é possível, irmos a campo e  interagir com as instituições e dessa forma contribuir para o aprimoramento e crescimento de indivíduos carentes, além de ampliarmos nossa visão de homem e mundo.


Fonte: http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/a-importancia-de-atividades-recreativas-e-culturais-no-processo-de-socializacao-de-criancas-de-05-a-10-anos#ixzz2EMazr8in
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