segunda-feira, 5 de novembro de 2012

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A Nova Visão do Coaching na Gestão por CompetênciasE-mail
Como desenvolver competências na prática, diminuindo subjetividades e ajustando o foco. 
ImageAutor: Paulo Roberto Menezes de Souza
Editora: Qualitymark
Falar sobre coaching está na moda, mas são poucas pessoas que efetivamente sabem como fazer de forma séria e alinhada aos resultados estratégicos da organização. Com grande experiência sobre o assunto, o autor Paulo Roberto Menezes de Souza traça um caminho bastante amadurecido das relações positivas que um líder deve e pode estabelecer com suas equipes e faz desta obra um instrumento de conhecimento, motivação e inspiração para que possamos tornar nossas vidas empresariais e pessoais um sucesso.
A obra explica de forma simples e clara a aplicabilidade do coaching e desta ferramenta de gestão de equipes, e principalmente, de fazer uma auto-avaliação de como estamos progredindo e sendo vistos por nossas equipes.
Para saber mais sobre esse livro visite: http://www.qualitymark.com.br/
Referências bibliográficas:
Araújo,Ane.Coach, um parceiro para seu sucesso.São Paulo :gente, 1999.
Covey, Stephen R.Liderança baseada em princípios. Rio de Janeiro: Campus, 1994
Covey, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. Rio de Janeiro: Campus
Covey, Stephen R. O oitavo hábito.Rio de Janeiro: Campus, 2004
Di Stéfano, Rhandy. O líder-coach. Rio de Janeior: Qualitymark, 2005.
Ellis, Albert. Como conquistar sua própria felicidade. Best Seller.
Goldsmith, Marshall;Lyons, Laurence e Freaws, Alyssa. Coaching: O evercício da liderança. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
Goleman, DAniel. Inteligência Emocional. Riode Janeiro: Objetiva.
Kouzes, James M.e Posner, Barry Z. O desafio da liderança. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
Leme, Rogerio. Aplicação prática de gestõa de pessoas por competências. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
Luz, Marcia e Peternela, Douglas. Lições que a vida ensina e a arte encena. São Paulo: Atomo, 2005.
Porché, Germaine e Niederer, Jed. Coach anyone about anything. São Paulo: Elsevier
 
Coaching e aconselhamentoE-mail
Autor: Marianne Minnor
A exemplo dos demais títulos da Série Crisp, este é um manual prático destinado ao autotreinamento.Esta nova publicação apresenta os conceitos básicos do coaching e aconselhamento, técnicas muito utilizadas no exterior para motivar, ensinar, comandar e influenciar pessoas e equipes.
Adquira esta preciosa obra, faça o teste com seus colaboradores e veja o resultado.
 
Coaching o apoio que faz as pessoas brilharemE-mail
Autor: Marianne Minnor

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Executive coaching e gestão de carreiraE-mail
Autor: Maurício de Paula
O Coaching não representa um modismo, ao contrário, tem se apresentado como um método de baixo custo e alto retorno para as empresas. Isso ocorre principalmente porque, através do investimento no desenvolvimento de apenas um profissional (o líder) a equipe como um todo se desenvolve em consequência natural.
Os modelos de treinamento tradicionais continuam sendo muito úteis para o desenvolvimento do conhecimento, porém, para o desenvolvimento das competências hoje fundamentais para o sucesso profissional (principalmente emocionais) será o entendimento dos aspectos correspondentes à subjetividade de cada indivíduo que proporcionará uma nova modalidade de desenvolvimento, uma real mudança de atitude.
Nossa metodologia é pautada pela depuração dos casos reais vividos pelos profissionais no ambiente organizacional, onde o consultor (coacher) poderá oferecer novas formas de pensar à partir da leitura do significado que o cliente atribui a cada situação vivida na organização, podendo, em conjunto, construir novos caminhos para a busca de soluções.
 
Coaching ExecutivoE-mail
Autor: Rosa R. Krauzs
Eficientemente discutidos, a autora busca criteriosamente na literatura e na sua vasta e consistente experiência, uma clara definição para o Coaching, vasculhando na história a evolução e a conceituação do termo e seus derivados e ilustrando seu texto com análises e discussões de casos e situações em que a relação estabelecida entre as pessoas envolvidas evidencia a necessidade cada vez mais premente de uma profissionalização e humanização do ambiente e das questões organizacionais.
 
O sucesso é inevitávelE-mail
Autor: Maurício de Paula
Conflitos com a equipe, falta de comunicação, baixo nível motivacional, rigidez excessiva, tendência para tomada precipitada de decisão - esses são alguns dos dilemas de liderança que os executivos enfrentam e que têm como base um fator preponderante: a competência emocional. Usando como alicerce a recentíssima metodologia de executive coaching, Maurício de Paula apresenta métodos para o desenvolvimento de competências emocionais que demonstram sua eficácia para a empresa e o crescimento do indivíduo, além de dezenas de gráficos e modelos de formulários.Indicado para profissionais de qualquer área que enfrentam problemas no dia-a-dia organizacional, o livro também fornece instrumentos que beneficiam todos os que almejam incrementar sua performance profissional e pensar na carreira por meio de uma estratégia de longo prazo.
 
Coaching IntegralE-mail
Autor: Martin Shervington
Martin Shervington apresenta, neste livro, uma visão geral de vários modelos de coaching. Ele apresenta o coaching integral como uma forma especializada de coaching, através de temas que podem contribuir para o desenvolvimento do ser humano. Neste livro o autor oferece uma visão que pode contribuir para o desenvolvimento de quem instrui (coach) e de quem recebe a instrução (coachee), focando sempre em quem vai executar a tarefa.
 
Coaching o exercício para a liderançaE-mail
Autor: Marshall Goldsmith
O coaching é uma abordagem comportamental mutuamente benéfica para os indivíduos e as organizações nas quais trabalham ou com as quais se relacionam. Não é meramente uma técnica ou um evento que ocorre apenas uma vez; é um processo estratégico que agrega valor tanto às pessoas que estão sendo aconselhadas quanto ao resultado financeiro final da organização. O coaching estabelece e desenvolve relacionamentos de trabalho salutares ao fazer aflorarem temas (coleta de dados brutos), ao abordar temas (através de feedback), ao resolver problemas (planejamento de ação) e ao acompanhar (resultados) e assim oferece um processo através do qual as pessoas se desenvolvem e através do qual são removidos os obstáculos para a consecução dos resultados do negócio.
 
Os objetivos de coaching para o desenvolvimentoE-mail
Autor: Marianne Minor
Os objetivos de Coaching para o Desenvolvimento, relacionados a seguir, foram desenvolvidos com a finalidade de treinar você, o leitor, quanto às questões essenciais abordadas neste livro.
  - Explicar o papel do gerente como treinador
  - Esclarecer o significado dos cinco papéis dos Treinadores
  - Fornecer exemplos de técnicas em decisões de coaching de qualidade.
 
Coaching para performanceE-mail
Autor: John Whitmore
Agora em edição ampliada e inteiramente revista, este guia campeão de vendas vai ajudá-lo a aprender as habilidades- e a arte -do bom coaching, e a compreender o imenso valor de liberar o potencial das pessoas para maximizar sua performance. Como escreve John Whitmore, Coaching não é uma simples técnica a ser transmitida e aplicada rigidamente em determinadas circunstâncias prescritas. É um modo de gerenciar, de lidar com pessoas, de pensar e de ser. Esta edição do guia definitivo aproxima-se de uma nova base psicológica com três novos capítulos sobre coaching para propósitos pessoais, profissionais e valores e cultura corporativos -para APRIMORAR Pessoas, Desempenhos e Resultados, conjuntamente.
 
Coaching com PnlE-mail
Autor: Andrea Lages & Joseph O'Connor
Este é um livro muito prático, escrito por Andréa Lages e Joseph O?Connor, dois renomados especialistas da área, respeitados internacionalmente. Na obra, há uma combinação entre as teorias mais avançadas e os exemplos práticos de fácil entendimento ao leitor e de simples aplicação nas situações da vida real.
 
Treinando ExecutivosE-mail
Autor: Mary Beth O'Neill
Este livro é um guia único no gênero, pois preenche uma lacuna há muito existente na literatura sobre treinamento. Destina-se aos profissionais que treinam executivos e aborda, dentre outros assuntos: uma metodologia específica, desenvolvida pela própria autora, a partir da experiência profissional dela; as quatro fases do treinamento de executivos: contratação, planejamento da ação, treinamento propriamente dito e resumo analítico; a importância da autogestão; a necessidade de ser firme, dedicado.

ESCREVER DIFÍCIL NÃO FUNCIONA



Por André L. Souza 
 

Todo semestre, eu leciono a disciplina obrigatória Estatística e Métodos Experimentais para os alunos de graduação em Psicologia na Universidade do Texas. Como sempre, essa é a disciplina mais odiada pelos alunos: eles precisam não só aprender estatística, como precisam também aprender a escrever sobre os resultados dos experimentos que eles fazem.

Apesar de todo mundo achar que estatística é a parte mais difícil do curso, geralmente os alunos tiram essa parte de letra. O difícil mesmo é escrever. Acho curiosa essa idéia esquisita que todo mundo tem de que, escrever bem é escrever difícil. Ou melhor: escrever difícil é sinal de inteligência. Parte dessa idéia pode ser explicada pelo que L. Festinger chamou de dissonância cognitiva. Essa idéia funciona mais ou menos assim: lemos um texto que não entendemos p***** nenhuma. Nosso sistema cognitivo, para não ficar pra trás, vai logo buscar uma explicação para esse fato. E a explicação mais plausível é “oras, eu não entendi esse texto porque é um assunto muito complexo que EU não entendo mais a pessoa que escreveu entende“. Além disso, faz parte do nosso senso comum acreditar que pessoas inteligentes entendem coisas complexas.

Mas será que escrever difícil faz com que as pessoas pensem que você é mais inteligente? Danny Oppenheimer, psicólogo cognitivo na Universidade de Princeton, se fez a mesma pergunta e resolveu investiga-la empiricamente.

Nos Estados Unidos, para ingressar em um programa de Mestrado e/ou Doutorado, o candidato precisa escrever o que eles chamam de “personal statement“. É uma espécie de carta, curta e objetiva, em que o candidato deve convencer o comitê de admissão de que eles devem escolhe-lo. Para esse estudo, Danny selecionou uma série de personal statements de candidatos que foram aceitos em Princeton e retirou de cada um deles um excerto (uma passagem). Utilizando um algoritmo de substituição, Danny criou três níveis de complexidade para as passagens selecionadas: no nível simples, as passagens não foram alteradas. No nível médio, a cada três substantivos, verbos e ou advérbios, o algoritmo substituía a palavra por um sinônimo mais complexo. No nível complexo, todos os substantivos, verbos e adjetivos do texto foram substituídos por sinônimos mais complexos.

Danny pegou essas passagens e pediu aos participantes do estudo que as lessem e respondessem sobre (1) o nível de complexidade da passagem, (2) o quão inteligente eles achavam que a pessoa que escreveu era e (3) se eles aceitariam ou não a pessoa que escreveu para fazer Mestrado e/ou Doutorado em Princeton. Os resultados mostraram que os textos mais complexos foram, de fato, classificados como difíceis pelos participantes. No entanto, de acordo com os participantes, quanto mais complexo o texto, menos inteligente era a pessoa que escreveu. Além disso, quanto mais simples o texto, maior a probabilidade do autor ser aceito como aluno de Mestrado e/ou Doutorado.

Esses resultados sugerem que a estratégia de escrever difícil para parecer mais inteligente não funciona. Mas será por que? De onde vem isso? Existe um efeito muito robusto investigado pela Psicologia Cognitiva relacionado à fluência de processamento de informação. Vários estudos têm mostrado que informações de fácil processamento são percebidas mais positivamente, ao passo que uma dificuldade maior de processamento acarreta em julgamentos negativos relacionados à informação (ou à fonte da informação). Por exemplo, produtos que apresentam rótulo de difícil processamento são percebidos como sendo de qualidade inferior. Campanhas publicitárias que apresentam fontes que são difíceis de ler (ou que apresentam um contraste de cores que dificulta o processamento) acabam afetando negativamente a forma como percebemos o produto.

A mesma coisa parece estar acontecendo aqui. Quando lotamos nossos textos com palavras difíceis, estamos dificultado o processamento da informação contida no texto e, como consequência, as pessoas automaticamente criam uma percepção negativa com relação à qualidade do texto e ao escritor do texto. O importante é comunicar a informação sem complexidades desnecessárias. Fica aí a dica! :)

O SENHOR DOS ANÉIS - ANÁLISE JUNGUIANA 2 | Marcadores: Convidados, Psicanálise e cia.



 

ANÁLISE DO FILME "O Senhor dos Anéis / A Sociedade do Anel"; PARTE 2

Por Rangel Roberto M. Fabrete
CRP 06 / 77.328




MORIA , MOÏRAS E MORIÁ

Começa a jornada da Sociedade do Anel. Como todo início de jornada, pressupõe-se um período de preparação para se enfrentar os obstáculos da longa estrada da individuação. E tal período durou 40 dias  de viagem  pelas montanhas sombrias, número de dias este que remete ao período de  transformação, vide as  referências bíblicas, tal como o povo hebreu no deserto, Elias em sua caminhada e Cristo em seu jejum no deserto.

Em meio a este período de preparação, Gandalf era o mais cauteloso, provavelmente pelo fato de o Velho Sábio, ter a visão e o discernimento a respeito do futuro da Sociedade, e principalmente o seu individualmente. O Velho mesmo sendo rico na intuição, ainda temia seu futuro, sua demanda interna e sua transcendência. Gandalf e os outros logo percebem que não estão sozinhos. Pois os corvos, espiões de Saruman, os observam e vão ao encontro de seu senhor relatar. Gandalf estava temeroso quanto a sua segurança e a de seus amigos, tentou conduzir o grupo por um caminho onde não fosse necessário passar pelas Minas de Moria.

O mago cinzento temia  confrontar a obscuridade de um tempo muito antigo, e fez o possível para não irem na direção das Minas dos anões. Mas quando o ego se rebela contra a soberania do Inconsciente, este se utiliza dos recursos os quais bem entender para colocar a consciência em seu devido lugar; o caminho doloroso porém glorificador da individuação. Vejo aqui a soberania do Inconsciente frente a consciência, indiscutivelmente.

Saruman, a sombra de Gandalf, vem pertubar os planos obstinados do ego. E provoca uma avalanche na montanha, impedindo a Sociedade de progredir rumo a sua derrota. Pois o grupo estava tomando o rumo no qual não passaria por Moria, e se o grupo não iria passar por Moria, não iria ultrapassar importantes obstáculos necessários do processo de individuação.

Ao chegar na frente do portão das Minas, Pippin começa a jogar pedras na água. Eis um gesto simbólico de acordar as forças das profundezas, ocultas em todos nós. Tanto que o mesmo é repreendido na mesma hora: "Não perturbe a água!". Um polvo gigante sai da água e avança contra a Sociedade, um prenúncio do que estava por acontecer com o velho mago.

Passada a ameaça aparente, todos entram nas Minas. Sentam-se para descansara um pouco e um interessante e importante diálogo ocorre entre Gandalf e Frodo. O velho mago conta que os anões de  Moria cavaram profundamente em busca de riquezas. E por conta disto, acordaram o Mal. Fica clara aqui,a ganância dos anões. Os anões foram vítimas de sua própria ganância, foram destruídos por ela. Quando o ego se distancia dos objetivos propostos pelo Inconsciente, acaba por cair nas garras hostis e destrutivas  do mesmo, no caso aqui simbolizado pelos orcs e pelo Balrog, responsáveis pela destruição dos anões.

Cinzento conta que o Gollum está seguindo o grupo há 3 dias. Ele diz a Frodo que Gollum ama e odeia o anel. Frodo diz que foi uma pena Bilbo não ter matado Gollum quando pode. Gandalf responde: "Pena? Foi a pena que segurou a mão de Bilbo. Consegue entender isto? Muitos que vivem merecem morrer. E muitos que morrem merecem viver. A piedade de Bilbo pode governar o destino de muitos. Bilbo foi destinado a encontrar o Anel, e você destinado a carregar o Anel. Gollum ainda tem um papel a cumprir."

Toda esta fala de Gandalf é muito importante, pois fala  a respeito de destino. E de como Bilbo e Gollum, ambos estavam destinados a cumprirem seus papéis, em toda  a obra de Eru. Ou seja, como todos estamos predestinados pelo Inconsciente a cumprir nossos objetivos.

O nome de local onde  a Sociedade se encontra agora, não poderia ser mais sugestivo, Moria. Tal nome  têm uma grande semelhança com o termo Moira, mais precisamente Moiras. Não sei se foi intencional da parte de Tolkien ter dado o nome Moria, pela semelhança com o termo Moiras, ao local onde se localiza as Minas dos anões. Os acontecimentos dentro das minas e anteriores a chegada do grupo, deixam clara a ação das Moiras, trabalhando nas ocorrências das sincronicidades.
"…A palavra  grega moîra provém do verbo meíresthai, obter ou ter em partilha, obter por sorte, repartir, donde Moîra é parte, lote, quinhão, aquilo que a cada um coube por sorte, o destino. Associada a Moîra tem-se, como seu sinônimo, nos poemas homéricos, a voz arcado-cipriota, um dos dialetos usados pela  poeta Aîsa. Note-se logo o gênero feminino de ambos os termos, o que remete à idéia de fiar, ocupação própria da mulher: o destino simbolicamente é "fiado" para cada um. De outro lado Moîra e Aîsa aparecem no singular e só uma vez na Ilíada, XXIV, 49, a primeira surge no plural.

O destino jamais foi personificado e, em conseqüência, Moîra e Aîsa não foram antropomorfizadas:  pairam soberanas acima dos deuses e dos homens, sem terem sido elevadas à categoria de divindades distintas. A Moîra, o destino, em tese, é fixo, imutável, não podendo ser alterado nem pelos próprios deuses. Há, no entanto os que fazem sérias restrições a esta afirmação e caem no extremo oposto: ´Aos olhos de Homero, Moîra confunde-se com a vontade dos deuses, sobretudo de Zeus. É bem verdade que em alguns passos dos poemas homéricos parece existir realmente uma interdependência, uma identificação da Moîra com Zeus, como nesta fala de Licáon a Aquiles:

'E a MOÎRA fatídica, mais uma vez, me colocou em tuas mãos: parece que sou odiado por ZEUS pai, que novamente me entregou a ti…'

…As Moîras são a personificação do destino individual, da "parcela" que toca a cada um neste mundo. Originariamente, cada ser humano tinha a sua moîra, a saber, "sua parte, seu quinhão" de vida, de felicidade, de desgraça…

…Impessoal e inflexível a Moîra é a projeção de uma lei que nem mesmo os deuses podem transgredir, sem colocar em perigo a ordem universal…

Essa Moîra, sobretudo após as epopéias homéricas, se projetou em três Moîras: Cloto, Láquesis e Átropos, tendo cada uma função específica, de acordo com sua etimologia:
CLOTO, em grego (Klothô com o aberto), do verbo (klóthein), fiar, significando, pois, Cloto, a que fia, a fiandeira. Na realidade, Cloto segura o fuso e vai puxando o fio da vida.

LÁQUESIS, em grego (Lákhesis), do verbo (lankhánein), em sentido lato, sortear, a sorteadora: a tarefa de Láquesis é enrolar o fio da vida e sortear o nome de quem deve morrer.

ÀTROPOS, em grego (Átropos) de a (a , "alfa privativo"), não, e o verbo (trépein), voltar, quer dizer, Átropos é a que não volta atrás, a inflexível. Sua função é cortar o fio da vida…"

<b>MITOLOGIA GREGA VOL.I</b>; Junito de Souza Brandão; pgs.140,141,230,231

Gimli que anteriormente descrevera da hospitalidade de seu povo e de seu primo Bahlin ,encontra restos mortais de um anão e lamenta a morte do primo. Aliás o nome Bahlin (não sei a grafia correta) traz uma referência ao baalim. E baalins são os seguidores do deus Baal. No Antigo Testamento há referências bíblicas sobre este deus opositor a Javeh. Estas são algumas referências : Juízes 2;13 – 1 Reis 19;18  – 2 Reis 10;19

O nome do primo de Gimli traz um sentido de alguém, ou um povo provavelmente que seguia a um deus instintivo e primitivo, tal como Baal do Antigo Testamento, no caso aqui o Balrog seria este deus. Balrog personifica a ganância auto-destruidora dos anões. Gandalf se refere ao Balrog como um demônio do mundo antigo, logo mundo antigo, logo Antigo Testamento (Baal). Os anões de Moria foram um povo que viveram aprisionados pelas garra destrutivas e hostis do Inconsciente. E assim como Pippin perturbou as profundezas no lago, o ato simbólico de confrontação com o que está oculto na sombra se repete, desta vez em um poço. Uma batalha ocorre entre a Sociedade, orcs e um troll.

Em seguida o grupo foge dos orcs e encontram o antigo demônio, deus dos anões. Mas na verdade este é mais um dos desígnios abençoadores do Inconsciente. Gandalf compreende que sua hora chegou, é a hora do sacrifício. E aqui há mais uma semelhança no nome do local onde estão situadas as Minas dos Anões. Moriá é o nome da terra onde se localizava o monte onde Javeh ordenou que Abraão sacrificasse seu filho Isaque. Abraão teria de abrir mão de seu filho, teria de abrir mão do desejo egoístico que certamente não teria nenhum prazer em sacrificar seu filho. Embora Abraão não tenha sacrificado seu filho no Monte Moriá, ele sacrificou seu próprio ego, ouvindo a voz do Inconsciente. (Gênesis 22; 1-19.)

Abraão em Moriá sacrificou seu ego. Gandalf em Moria sacrificou seu ego também. É tempo de confrontar sua sombra, embora ele diga em vão: "Volte para a sombra!" Mas não é o conteúdo hostil que deve descer as profundezas das trevas novamente, e sim Gandalf quem deve realizar a catábase. O mago se rende, sabe do propósito transformador que tal experiência lhe proporcionará. Já o resto da Sociedade, não entende os propósitos de Eru, tanto que o velho sábio em uma postura de altivez, digna de tal arquétipo, diz a Frodo: "Corram seus tolos!" Tolos? Sim, pois não entendem a visão e o propósito da totalidade do Self.

O grupo lamenta e seguem  para o refúgio revitalizador da Floresta de Lórien, o reino da Dama da Floresta. A Grande Mãe da Terra Média, a anima de Frodo; Galadriel. Em Galadriel vemos a dualidade da anima, quando a mesma é testada, e passa pelo teste. O grupo recebe presentes dos elfos; as capas, as cordas e a luz de Elendil entregue a Frodo: "Que haja uma luz para você no escuro quando todas as outras se apagarem."

A Sociedade parte de Lórien. Boromir sucumbe frente ao desejo de poder. Antes de morrer porém, consegue se redimir, seu papel está cumprido na jornada. Boromir fora destinado a dispersar os hobbits. Tal dispersão teve o objetivo de encaminhar Merry e Pippin aos Ents e Frodo e Sam até Mordor. Mais um vez vemos a atuação das Moîras. Talvez uma frase de Gandalf sintetize bem o que ocorreu desta segunda parte em diante, até o fim  da jornada: "Assim como todos os que testemunham tempos como este, mas não cabe a eles decidir. O que nos cabe é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado."

Salmos 139; 16: "os teus olhos viram o meu corpo ainda informe. Todos os dias que foram ordenados para mim, no teu livro foram escritos quando nenhum deles havia ainda."


BIBLIOGRAFIA:

BRANDÃO, Junito de Sousa . Mitologia Grega / Vol. 1. Petrópolis. Vozes. 11ª ed. 1997.

CHEVALIER, J & GHEERBRANT, Dicionário de Símbolos. 14ª ed. Rio de Janeiro. José Olympio. 1999.

Textos da Bíblia Sagrada :

Gênesis 22; 1–19.

Juízes 2; 13.

1 Reis 19; 18.

2 Reis 10; 19.

Salmos 139; 16.

PUNIR OU NÃO PUNIR, EIS A QUESTÃO!



Emprestamos a célebre frase de W. Shakespeare para trazer à baila assunto há muito questionado por filósofos, professores, psicólogos e outros, no que se refere a como impedir uma atitude indesejada por parte de indivíduos, tomando por parâmetro os conceitos de bom convívio preconizados pela sociedade. Trata-se de evitar que estes indivíduos desobedeçam a leis, normas, códigos, convenções benéficas e respeitem os demais membros da sociedade.

O quadro hoje apresentado é que a infração de leis, ordens sociais e convenções em geral, têm como conseqüência maciça a punição; ou como forma de coerção ou, meramente, para oferecer exemplos a outros que tenham o desejo de incorrer no mesmo delito, a fim de diminuir a atitude indesejada ou anular sua intenção. A coerção, que envolve processos comportamentais como punição e até mesmo reforçamento negativo, está muito presente na vida do ser humano, mesmo sem que ele a perceba.

Mas a pergunta que não quer calar: Coagir/punir de forma leve ou severa, levará ao resultado esperado? O indivíduo aprenderá a “lição”, modificando o seu comportamento e o seu cotidiano? Evitará que cometa erros no futuro? As opiniões de estudiosos e profissionais são díspares; alguns acreditam que a coerção é a melhor forma de resolver todos os problemas, que deve ser adotada em todas as áreas. Outros, porém, dentre eles o psicólogo B. F. Skinner, são contra; por terem estudado o fenômeno e verificado que a punição pode ser apenas uma forma paliativa de resolver problema, pois os indivíduos podem, de imediato, evitar emitir o comportamento já punido, o que não significa mudança permanente. Neste processo é possível que o indivíduo passe a buscar formas de evitar ser punido, como o desenvolvimento de técnicas para não ser descoberto e, em conseqüência, não sofrer sanções.

O comportamento punido não é esquecido, é suprimido. Essa supressão, apenas temporária, geralmente reforça (negativamente) o comportamento do punidor, pois elimina um comportamento com propriedades aversivas logo após a intervenção do agente punidor. Em outras palavras, a punição para o comportamento que se deseja suprimir, é reforçadora para quem a aplica. Como exemplo, temos a seguinte situação cotidiana: A criança diz um palavrão, o pai ou a mãe repreendem ou dão uma palmada e a criança pára, momentaneamente, de falar palavrões. O efeito imediato da punição pode fazer parecer que a palmada foi um procedimento bem sucedido, reforçando o comportamento do punidor; porém, o comportamento punido pode reaparecer em cenários “seguros”, longe dos pais ou outros agentes punidores. O indivíduo deixa de realizar aquele ato em circunstâncias semelhantes, ou seja, na presença do punidor e fica à espera de uma chance para fazer o mesmo numa circunstância na qual a probabilidade de ocorrência da conseqüência indesejada (a punição) seja diminuída. Obviamente que o fato depende do que cada indivíduo tem como visão do que é certo e errado, o que nem sempre impede do comportamento ser emitido. Para crianças, por exemplo, “matar aula” para ir brincar, não é um problema. Para a criança, o que importa é que ela vai poder brincar, apesar de, eventualmente, saber que é errado e que, ao ser descoberta, provavelmente, será punida. Em suma, as pessoas de qualquer idade podem ter consciência de que determinada atitude é errada e, ainda assim, executá-la.

É claro que não se pode estabelecer uma sociedade, uma ordem, com preservação da integridade e direito dos cidadãos, se não existir uma forma de controle. O que se coloca em discussão é qual seria a melhor maneira de controle, e de evitar o descumprimento de tal ordem, de modo a não solapar os direitos dos cidadãos, tal como comumente ocorre. O que se observa é que a coerção não muda o indivíduo, apenas o obriga ou o ensina a discriminar/diferenciar em que situações a ordem pode ser burlada.

As mudanças ocorridas ao longo das gerações, a modernidade, a observação do cotidiano e a mídia relatando a todo o momento que muitas pessoas cometem erros muito graves e que muitos, apesar de não agirem dentro da lei, conseguem “status”, prestígio e conforto, mostra que tais indivíduos conseguiram maneiras eficazes de evitar a punição. Indo além, fornecem exemplo para que muitos busquem encontrar benesses utilizando a mesma fórmula. Qual a vantagem em viver com o ideal de honestidade, de respeito ao próximo, agindo de forma ética e correta, sem pesos e medidas diferenciados para diferentes indivíduos; se tantos fazem o contrário e obtém benefícios, estando a salvo de qualquer conseqüência aversiva ou punição? Ao contrário, obtém reforço positivo! O que pode ser feito para conseguir, eficazmente, mudar este quadro?

É necessário que a ética e o comportamento ético sejam reforçados positivamente e não o seu contrário! O indivíduo deve ter seu comportamento valorizado ao ter atitudes corretas, para aumentá-las em freqüência e para respeitar os demais, dentro dos preceitos preconizados pelo bom senso, pelas leis e pela sociedade. Civilidade, urbanidade e altruísmo devem passar a obter mais conseqüências positivas do que o arrivismo, o egocentrismo, as falsas denúncias e as “armações” contra cidadãos que se insurgem contra uma ordem “às avessas”. Exemplos de ética que seja bem sucedida (ao invés de punida) terão mais chances de serem seguidos se obtiverem mais “recompensas” do que os exemplos de sua ausência, como bem esclarecem ditos populares tais como: “salve-se quem puder”; “manda quem pode e obedece quem tem juízo”; “em terra de cego quem tem um olho é rei”; “os fins justificam os meios”; entre outros.

Buscar evidenciar exemplos bem sucedidos de um modo de vida correto e com realizações, êxito, sucesso, reconhecimento perante a sociedade, aumenta a chance de outros, que buscam o reconhecimento dos mesmos valores, emitam comportamentos da mesma classe. Trata-se de mostrar, voltando a utilizar outra frase popular, que “o crime não compensa”. Isso pode ocorrer em todos os níveis da sociedade, na vida, no lar, no trabalho, na escola, no convívio cotidiano com os demais e em qualquer lugar onde existem pessoas.

No que tange à educação, estes métodos, conhecidos na psicologia científica como “reforçamento positivo” e “modelação” de comportamento (comportamento ético, no caso) podem ser um dos princípios a serem integrados no mundo do professor e demais membros de instituições educacionais, bem como, em qualquer esfera da sociedade. É necessário reforçar positivamente o aluno de forma contingente às suas ações. As crianças, tal como os demais seres humanos,  compreendem com mais facilidade as instruções claras e as conseqüências positivas a ações específicas, do que as nebulosidades, contradições e os métodos educacionais coercitivos, baseados em reforço negativo e punição. É muito mais eficaz e agradável trabalhar com o reconhecimento, com o elogio sincero, parabenizando a atitude correta, alimentando a crença de que pode ser mais gratificante agir dentro da ética, no que diz respeito ao ambiente escolar ou em qualquer outro. É necessário deixar de dar atenção somente ao que é inadequado e dar atenção contingente à adequação.

Flagre as pessoas fazendo alguma coisa certa, boa, adequada e as elogie por isso! É muito mais eficaz que apenas dar atenção ao que é considerado errado por um determinado grupo ou pela sociedade em geral.

Os indivíduos reforçados positivamente tendem a repetir as ações que foram reforçadas no passado, simples assim! Ter este reconhecimento “aquece os corações”, pois se ganha em função de algo que se mereceu ganhar. Isto é o que deveria ser considerado, divulgado e praticado por aqueles que hoje têm ou que tiveram a oportunidade de ler, discutir, enfim; ter acesso a esse conhecimento cientificamente validado, a ser espalhado aos quatro ventos. Uma medida simples como essa contribui para que a sociedade e as pessoas que dela fazem parte possam ter a chance de acreditar na possibilidade de mudança e contribuir para um futuro de homens com atitudes éticas, onde o respeito ao outro e às leis prevaleça. Isso é possível, apesar de muito estarem convencidos do contrário.

Mais vale respeitar para ser respeitado, para ver comportamentos pautados em valores saudáveis, do que conseguir o que ser quer ou precisa por meio de punição, sabendo que o que se consegue, neste caso, é medo e não respeito; evitação de conseqüências aversivas e não mudança de comportamento e de valores.

TRATAMENTO REVERTE SÍNDROME DE DOWN




TRATAMENTO REVERTE DEFICIÊNCIA COGNITIVA EM RATOS COM SÍNDROME DE DOWN


A ingestão de cápsulas de proteína pode, num futuro próximo, ajudar a melhorar o desempenho cognitivo de pessoas com síndrome de Down, sugere estudo realizado por cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. A equipe liderada pela neurocientista Catherine Spong manipulou geneticamente embriões de roedores para que alguns filhotes tivessem uma cópia a mais do cromossomo 16, responsável por características similares às associadas a uma cópia extra do cromossomo 21 em humanos, responsável pela síndrome de Down. 

Os animais foram colocados junto a ratos sem a deficiência e, como era esperado, apresentaram dificuldade em realizar tarefas cognitivas, como buscar alimentos, com a mesma agilidade do grupo de controle. Entretanto, após receberem durante quatro dias pequenas doses diárias das proteínas MAP e SAL, apontadas por estudos anteriores como essenciais para o funcionamento das células gliais, conseguiram encontrar, por meio de pistas visuais, uma plataforma submersa em um labirinto aquático com a mesma velocidade do grupo de controle. Os ratos com a síndrome que não tomaram as cápsulas das proteínas demoraram em média duas vezes mais para encontrar a plataforma. 

Segundo Catherine, as células gliais são responsáveis pela nutrição e pelo fortalecimento das sinapses entre os neurônios, por isso a reação ao tratamento indica que o deficit cognitivo da síndrome de Down pode estar associado a uma deficiência no suporte aos neurônios, pois os ratos tratados com as proteínas mostraram sinais de melhora nas funções das gliais. Apesar de os cientistas não terem identificado efeitos colaterais do tratamento, não há previsão de quando serão feitos testes em humanos. A descoberta, porém, abre perspectivas para novas intervenções.


Fonte: UOL

Poderá tam

QUESTÕES SOBRE GUARDA COMPARTILHADA


 
 
 

Desde 2008, vivemos sob a égide da Lei nº 11.698, que trata da Guarda Compartilhada. A Guarda Compartilhada é uma modalidade de guarda de filhos menores de 18 (dezoito) anos completos não emancipados, ou maiores incapacidados enquanto durar a incapacidade, que vem crescendo nos últimos tempos, como a maneira mais evoluída e equilibrada de manter os vínculos parentais com os filhos após o rompimento conjugal (separação, divórcio, dissolução de união estável). A Guarda Compartilhada está prevista na Lei nº 11.698, de 13 de junho de 2008.

Em outras palavras, é o meio pelo qual os pais separados, divorciados ou com dissolução de união estável realizada, permanecem com as obrigações e deveres na educação dos filhos e nos cuidados necessários ao desenvolvimento deles em todas as áreas, tais como, emocional, psicológica, dentre outras, não podendo nenhum dos pais se eximir de suas responsabilidades e, muito menos, não permitir que um dos pais não possa exercer esse dever para com a vida do filho e, por fim, permitir que permaneça a convivência dos pais com o filho, mesmo após a dissolução do casamento ou da união estável. É um regime que rege a relação dos pais separados com os filhos pós-processo de separação, onde os dois vão gerir a vida do filho.

Requer uma co-responsabilização de ambos os genitores acerca de todas as decisões e eventos referentes aos filhos: os pais conhecem, discutem, decidem e participam em igualdade de condições exatamente da mesma maneira como faziam quando estavam unidos conjugalmente, de forma de nenhum deles ficará relegado a um papel secundário, como mero provedor de pensão ou limitado a visitas de fim de semana. Não há, por exemplo, omissão de informações escolares ou médicas, nem acerca de festinhas ou viagens. Uma vez que ambos os pais já faziam isso enquanto estavam juntos, a Guarda Compartilhada respeita esse princípio, e por isso não há motivos para que a situação seja diferente agora que estão separados.

É claro que, por ser a modalidade mais evoluída de guarda, exige um elevado grau de responsabilidade de ambos os pais para deixarem seus ressentimentos pessoais de lado, e buscarem o genuíno interesse dos filhos – não há espaço para egoísmo ou narcisismos, nem para animosidades frequentes mas de pequena monta, que só prejudicam o entendimento e fomentam a discórdia. Mesmo que haja divergências entre os pais – o que é extremamente comum -, isso deve ficar em segundo plano quando o assunto se refere aos interesses do(s) filho(s) menor(es) ou equiparado(s).

Contudo, segundo SOUZA (2009), dada a complexidade do ser humano, seria por demais simplista pretender estabelecer uma fórmula matemática na qual pais casados = filhos centrados, e pais separados = filhos desajustados; ou, guarda unilateral = filhos problemáticos, e guarda compartilhada = filhos equilibrados. Na verdade, o ponto crucial da estabilidade emocional das crianças está no nível de entendimento de seus pais, estejam eles separados ou não. Ninguém duvida de que mesmo os pais que vivem juntos, mas em constante conflito, estão fazendo muito mal à saúde psicológica de seus filhos. Por isso, devem ser observadas outras variáveis que podem influir nessas situações. De qualquer forma, não é simples, portanto, afirmar em que medida a separação pode afetar a saúde psicológica dos filhos, mas é incontroverso o mal que os conflitos lhes causam. As doutrinas de Saúde Mental e de Direito de Família são unânimes em apontar os malefícios causados pelos desentendimentos parentais na psique de seus filhos: os conflitos, o estado de tensão que o conflito gera, a discórdia familiar, a instabilidade que se lhe atrela, a insegurança que causa, e as incertezas que planta na mente do filho, que vê desabar diante de seus olhos os referenciais em que até então se ancorava.

Porém, torna-se um equívoco pensar-se que a Guarda Compartilhada só pode ser concedida quando os pais “se entendem”. Quando não há entendimento entre os pais, nenhum sistema de guarda "funciona bem”. Note-se que, mesmo sob a guarda única da mãe, a criança continuará a ter pai e a ser cuidada por ele eventualmente, nos dias e horários de “visita”.

Se há um vínculo afetivo normal entre pai e filho, a criança passará a ter menos convívio com seu pai do que gostaria e do que seria adequado para sua boa formação psicológica e, mesmo assim, perceberá o conflito entre uma mãe que “manda” e um pai transformado em “visitante” – enfraquecido e esvaziado em seu papel de pai. A criança perceberá que há desequilíbrio e injustiça na relação entre os pais, causando o distanciamento de um deles, com sofrimento para a criança e para o genitor a quem a Justiça impõe uma redução do convívio com os filhos.

Nesses casos, frequentemente ocorre do não-guardião e sua prole se desvincularem afetivamente, ante o distanciamento imposto e a artificialidade da relação entre “visitante” e filhos, com graves prejuízos para a formação da personalidade das crianças. Por outro lado, se o não-guardião não desistir dos filhos, o conflito se perpetuará e será percebido pelas crianças. Inclusive porque o desequilíbrio de poder estabelecido pela guarda única permite ao guardião desvalorizar o outro genitor, em muitos casos impingindo a alienação parental aos filhos, “ensinando-os” que o não-guardião é menos importante ou não os ama.

Para proteger total e artificialmente a criança do conflito entre seus pais, somente afastando-a totalmente do não-guardião, como se ele tivesse “morrido”. A partir daí, qualquer pessoa que tenha interesse na destruição dos vínculos afetivos da criança com aquele pai/mãe pode acabar manipulando-a emocionalmente, sem escrúpulos ou limites, inclusive com o perigo de induzi-la a formular falsas acusações de agressão física ou sexual contra aquele(a) genitor(a): instaura-se aí a nociva Alienação Parental. 

A Alienação Parental, tipificada pela Lei nº 12.318/2010, consiste em atos de qualquer pessoa que tenha a criança sob sua guarda ou vigilância, objetivando o afastamento do pai/mãe-alvo, através de manipulação emocional, mensagens difamatórias, omitindo informações médicas e/ou escolares relevantes, ou até formulando falsas acusações contra o outro.

E é aí onde reside o principal problema dos litígios judiciais: alienadores “sabem” (ou pensam que sabem) que os juízes não concedem a Guarda Compartilhada no litígio, então acirram o litígio, fomentam as divergências, e manipulam emocionalmente a criança, mas com isso estão prejudicando seu desenvolvimento afetivo, social, sexual e até cognitivo (há diversos problemas escolares decorrentes dos conflitos emocionais das crianças durante a separação tumultuada dos pais: desde queda de rendimento escolar, indisciplina, drogas e vandalismo na escola, até aquele aluno “perfeito” demais, que estuda tanto para não terem que lidar com os problemas domésticos).

Porém, esta crença se tornou desatualizada, além de perigosamente equivocada: recentemente o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu decisão no Recurso Especial nº 1.251.000 - MG (2011/0084897-5), que estabeleceu um novo paradigma, no qual reafirmou que a regra geral deve ser a guarda compartilhada, inclusive com o compartilhamento da custódia física do filho. A Ministra Nancy Andrighi afirma no sentido de que "reputa-se como princípios inafastáveis a adoção da guarda compartilhada como regra, e a custódia física conjunta como sua efetiva expressão".

A guarda compartilhada induz à pacificação do conflito porque, com o tempo, os ânimos “esfriam” e os genitores percebem que não adianta confrontar alguém de poder igual. O equilíbrio de poder torna mais conveniente o entendimento entre as partes para ambos.

A Guarda Compartilhada não significa exatamente “visitação livre”. É claro que, na Guarda Compartilhada, não se fala mais em “visita com hora marcada”, em finais de semana alternados, pior ainda estipulados por um terceiro – o Juiz. Mas é claro que os pais precisam conversar e debater muito acerca dos horários de convívio (detesto a palavra “visita”!!!), conforme a idade da criança, suas necessidades, sua rotina e suas atividades.

A convivência, na Guarda Compartilhada, baseia-se na necessidade de preservação dos vínculos da criança com ambos os pais, e estes devem acompanhar ativamente os acontecimentos do filho. A partir daí estabelece-se a intimidade entre o pai e o filho para que se crie um ambiente psicologicamente saudável. A criança, por sua vez, a partir desta convivência, formará sua própria opinião a respeito do pai, de forma autêntica, e não influenciado pelos comentários e sentimentos da mãe.

Na Guarda Compartilhada, não há espaço para sabotagens aos contatos, como acontece com a guarda monoparental, chantageando-se em troca de pagamento da pensão alimentícia que eventualmente esteja atrasada, ou pior ainda, exigir a interrupção alegando-se acusações de abuso sexual, geralmente de forma leviana e improcedente!

Para DOLTO (1989), quando os pais assumem o divórcio de maneira responsável, isso se torna um fator de amadurecimento para todos: os pais conseguem lidar melhor com seus sentimentos pessoais (ao invés de projetá-los no ex-cônjuge), e os filhos conseguem, apesar das provações, conservar sua afeição pelo pai e pela mãe – um avanço na direção do amadurecimento social e da autonomia (p.100), pois aprendem a ser mais flexíveis (por serem obrigados a encarar duas realidades diferentes, a do pai e da mãe), e realistas sem projetar ressentimentos nem idealizar os pais, e por isso mais preparados para lidar com as mudanças sem se desestruturarem.

Por isso, é fundamental que a criança possa permanecer o maior tempo possível com as presenças efetivas de ambos os pais, situação esta desrespeitada no sistema de visitas tradicional, mas respeitada na Guarda Compartilhada.


Fonte: Rede Psi

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domingo, 4 de novembro de 2012

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