segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Criatividade e a Motivação Como Estratégias de Endomarketing para o Crescimento Organizaciona


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A Criatividade e a Motivação Como Estratégias de Endomarketing para o Crescimento Organizacional

1  INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura capitalista, cada vez mais as empresas buscam o lucro instantâneo e o crescimento acelerado. Diariamente, a concorrência multiplica-se e isso obriga as empresas a tomarem decisões rápidas.

Para sustentar-se e permanecer nesse mercado altamente competitivo, uma empresa deve ter como prioridade trabalhar diferenciais em sua organização interna para refletir positivamente em seu mercado. Dentre esses diferenciais, uma das principais ferramentas que trazem um resultado maior à empresa é a criatividade. A inovação pode ser um diferencial.

A mentalidade das empresas tem que mudar para competir e sobressair nesse mercado. Ir mais além do que simplesmente definir missão, visão, objetivos e metas. Saber aplicar conceitos, inclusive os organizacionais, de forma estratégica é essencial para que a organização não seja simplesmente mais uma.

Assim, o endomarketing pode contribuir com esse pensamento: valorizar o funcionário e criar um ambiente favorável à criatividade e à inovação é o desafio que as empresas devem ter em mente se quiserem competir. Promover mudanças de atitude, colaboração, comprometimento, entre outras, é o ponto inicial. A vantagem competitiva pode, muitas vezes, começar por aí.

Nesse estudo, o problema de pesquisa definido busca resposta para a seguinte pergunta: como a criatividade e a motivação dos funcionários podem gerar crescimento para a organização através das estratégias de endomarketing?
 Assim, para a redação desse artigo optou-se pela metodologia de revisão bibliográfica, utilizando-se diversas fontes para a pesquisa secundária.

2  REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Marketing e Endomarketing
  
2.1.1 Conceitos centrais

Pensar em marketing é definir um conjunto de processos em que o principal foco é o cliente. Saber onde esses clientes estão e quais as suas reais necessidades é uma das principais tarefas a se desvendar. Segundo Kotler (2000), "Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com os outros". Já para Levitt (1990) "Marketing é conquistar e manter clientes".

Atualmente, não basta apenas satisfazer o cliente. Hoje a idéia vai além da satisfação. Prestar mais que um bom atendimento e dar a atenção que o consumidor merece, faz toda a diferença. Encantar o consumidor significa oferecer um pouco mais do que ele está esperando. É proporcionar a ele uma experiência tão agradável que possa levá-lo a trazer novos clientes para a empresa.

Para se chegar a esse ponto, de os funcionários de uma empresa prestarem com excelência um atendimento, é necessário que eles percebam que são ponto-chave nesse processo. E a forma mais eficaz de se conseguir é aplicando o marketing dentro da organização. Para Bekin (1995, p.17), Endomarketing constitui-se de
(...) ações de marketing para o publico interno – funcionários – das empresas e organizações. Conceito de Endomarketing é o processo cujo foco é sintonizar e sincronizar, para implementar e operacionalizar, a estrutura de marketing da empresa ou organização que visa ação para mercado. Objetivo de Endomarketing é facilitar e realizar trocas construindo relacionamentos com o publico interno, compartilhando os objetivos da empresa ou organização, harmonizando e fortalecendo essas ligações.

A principal preocupação do endomarketing é proporcionar aos funcionários uma condição de aplicação de valores, como: comprometimento, empatia, cooperação, transformando esses valores em crescimento e desenvolvimento pessoal. Para Cerqueira (1994, prefácio), os Sistemas de Endomarketing visam:
(...) difusão de uma linguagem cultural própria e homogênea em toda a empresa, para todos os seus funcionários, independente de nível hierárquico. A base dessa linguagem é um conjunto de valores estabelecidos por eles próprios e aceitos como necessários e bons para regular a relação das pessoas entre si e com a própria organização. Esses valores serão os paradigmas são os paradigmas do comportamento individual e coletivo na busca de melhores índices de produtividade e qualidade em tudo que se faça.

A empresa, ao fazer uso do endomarketing, busca criar ou tornar ambientes internos em ambientes produtivos e favoráveis, que respondam às necessidades externas. Não se referindo apenas à questão da qualidade dos produtos/serviços prestados, mas a qualidade dos relacionamentos com seus diferentes públicos: funcionários e familiares, consumidores, fornecedores, entre outros. Para Brum (1994, p.23), o endomarketing "é um conjunto de ações que a empresa deve utilizar adequadamente para vender a sua imagem aos funcionários e seus familiares". A autora acrescenta que "tem como objetivo tornar comum, entre funcionários de uma mesma empresa, objetivos, metas e resultados", conferindo, assim, ênfase aos processos de comunicação interna. Com isso, percebe-se a importância do endomarketing para o sucesso de uma organização.

2.1.2 Estratégia empresarial e competitividade

O panorama que se encontra é de constante mudança. O avanço da tecnologia e das novas formas de organização do mercado, como os acordos comerciais que criaram eixos econômicos como Mercosul, Nafta, União Européia e Alca; alteraram profundamente as relações comerciais das empresas, gerando ambientes de competitividade acirradas, impulsionados pela globalização.

Outro grande fator que alterou completamente a economia mundial foi o crescimento econômico e a entrada da Índia e da China na lista dos países que grandes empresas gostariam de investir. Tal fato se deu pelo ato de mudanças políticas internas, propiciando a acelerada arrancada desses países como centros de produção mais baratos principalmente na área de tecnologia.

Empresas que antes reinavam no mercado com seus produtos e serviços únicos que atendiam às necessidades e expectativas de seus clientes, hoje travam uma verdadeira batalha de sobrevivência com outras empresas fornecedoras de produtos e serviços semelhantes. Segundo Baumann (1996, p.44):

(...) num sistema globalizado as diversas unidades nacionais passam a ser componentes da mesma estrutura integrada de geração de valor, cujas estratégias globais levam à procura de redução de custos, à especialização das linhas de produção, entre outros atributos que visam à crescente eficiência e ao maior grau de competitividade. As estratégias empresariais se voltam para estes objetivos, buscando combinar e aplicar os atributos existentes direcionados para a consecução da sua meta, ou seja, visando a criar vantagens competitivas dentro deste ambiente concorrencial.

Como conseqüência desse mercado cada vez mais competitivo, globalizado, a fidelização do cliente tornou-se mais trabalhosa e mais focada. Hoje, para tornarem suas empresas competitivas, os empresários não estão preocupados somente com a qualidade dos produtos e serviços prestados, mas também com a valorização de seus funcionários.
Segundo Brum (2005, p.37) "(...) muitos empresários estão preocupados em estabelecer um clima organizacional favorável, em que os funcionários os ajudem a fazer o que precisa ser feito para se adaptar e sobreviver." Passaram a atentar também para a real necessidade do uso de estratégias para seu mantimento no mercado.
Castro et al. (1996, p.139) resumem a  importância da estratégia, afirmando o seguinte:

(...) são as estratégias competitivas utilizadas pelas firmas em seu processo de enfrentamento no mercado, ou seja, como conquistam e/ou mantêm suas posições competitivas e, principalmente, como constroem e renovam seus potenciais competitivos ao longo do tempo, que passam a ocupar um lugar de destaque na formulação do discurso econômico. Na base destas estratégias, a existência de diferentes capacitações, graus de competência e objetivos ocupam uma posição fundamental para a explicação dos fenômenos econômicos.

A estratégia competitiva ocupa um espaço importante e decisivo dentro da organização. Para poder sobreviver às atuais pressões, às empresas precisam saber identificar o ambiente e a melhor hora de aplicar suas estratégias.
Assim, Porter (apud KOTLER, 2000, p. 102) define estratégia como "a criação de uma posição única e de valor envolvendo um diferente conjunto de atividades". Já para Montgomery e Porter (1998), a estratégia é "a busca deliberada de um plano de ação para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa". Para a definição de competitividade, podem-se destacar as obras organizadas por Coutinho e Ferraz (1995) e por Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995). Ambas partem da mesma definição de competitividade, conceituando-a como "a capacidade da firma formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado".

2.1.3 Endomarketing como estratégia

Para que as empresas consigam competir e agüentar as pressões impostas pelo mercado sua mentalidade tem que mudar. Os esforços de endomarketing, se bem coordenados, podem funcionar perfeitamente.
Cerqueira (1994, p.133) resume os objetivos de um projeto de endomarketing:
(...) criar um sistema de avaliação coletiva, por área de trabalho, visando à premiação de cada um dos seus componentes em função dos resultados obtidos por todos; • aperfeiçoar os índices de produtividade, Qualidade, segurança no trabalho, limpeza, ordem, etc.; • avaliar, através da mensuração dos resultados, quais áreas necessitam de maior ajuda e acompanhamento técnico e operacional; • gerar, em toda empresa, o espírito de unidade de time sadio com capacidade de realizar bem o seu trabalho, aceitando sempre novos desafios.

O primeiro passo a ser dado por uma organização que vai implementar o trabalho de endomarketing é identificar, através de pesquisas, quem são seus clientes internos. Reconhecê-los como seres humanos é fundamental, uma vez que  poderão ser agregados valores pela empresa. Valores agregados são eternos e os tornarão profissionais de qualidade, além de verdadeiros seres humanos.
De acordo com Brum (2005, p.37),
Vivemos o fim da revolução e a era da reinvenção, da mudança pacífica. Isso significa que somente num clima favorável é possível gerar novas idéias (...) acrescenta ainda que, (...) o caminho é buscar a sinergia do grupo.

Outra tarefa importante do endomarketing é melhorar o nível de comunicação na empresa. A empresa precisa saber o nível de educação de seus funcionários. O investimento na educação dos mesmos é muito importante no início do processo, pois a informação deve ser trabalhada e nivelada de forma que todos entendam.
Mas o que significa trabalhar a informação? Significa repassá-la no tempo certo, através dos canais adequados e de instrumentos transparentes, coerentes e completos. Significa, principalmente, preparar a notícia de forma que seja bem recebida pelo funcionário. (BRUM, 2005, p. 61)

Existirão ruídos na comunicação, por isso, o profissional responsável deve ficar muito atento para corrigir os possíveis desvios, antes que virem boatos. Para Brum (2005, p. 51):

(...) o que a maioria das empresas necessita é estabelecer canais oficiais de comunicação interna; afinal, são esses canais que combatem a famosa "rádio corredor" ou "rádio peão". Já foi cientificamente constatado que, à medida que o processo de endomarketing se desenvolve, os boatos tendem a cair.

No processo de endormarketing a colaboração dos funcionários deve ser efetiva. O objetivo é fazer com o que eles se sintam parte do processo, tornando a comunicação mais clara. Simplificar os níveis hierárquicos pode ajudar os funcionários a chegarem a seus gerentes com mais facilidade. Torná-los mais preparados e seguros, para que possam opinar nos planos de endormarketing da empresa.

Ao conseguir melhorar o nível de satisfação dos funcionários, a empresa deve estar em constante atualização na sua política de endomarketing. Por esse motivo deve sempre atentar para alguns esforços. Pesquisas devem ser feitas para identificar pontos fracos e melhorias, no que dizem respeito ao clima organizacional. Perceber e identificar as potencialidades dos funcionários para investir em capacitação, dando condições de crescimento profissional e pessoal, tendo com isso, uma equipe mais satisfeita e qualificada. Dentre outras.

A vantagem competitiva começa no ponto em que a empresa enxerga a importância de valorizar o funcionário e reconhecê-lo como parte integrante da equipe, passando a tê-lo como um verdadeiro colaborador.

2.2 Motivação e criatividade

2.2.1 Conceitos centrais

Com a concorrência cada vez mais acirrada, a prática motivacional ganha cada vez mais importância dentro das empresas. Disputas entre equipes, premiações e ascensões profissionais são práticas cada vez mais utilizadas para incentivar a produtividade dos funcionários nas organizações. Para FERRELL et al (2000, p. 10):

Empregados motivados, satisfeitos e identificados com a empresa têm maior compromisso com seu trabalho, engajam-se bem mais na busca de resultados e, em conseqüência, se empenham de forma mais dedicada na conquista e na satisfação da clientela.

Cerqueira (1994, p.42) afirma que "a motivação de um ser humano é um estado interno e varia a cada instante em função das suas necessidades". Para Cobra (1992, p.221), a motivação "advém dos drives, ou forças propulsoras conscientes e inconscientes que levam as pessoas, sob algumas circunstâncias, à ação". Segundo Bekin (1995, p.68):

(...) a motivação é um processo global que tem como objetivo final comprometer o funcionário com as causas e objetivos da empresa para integrá-lo a cultura organizacional. Este comprometimento implica no aprimoramento do desempenho do funcionário por meio de sua valorização e sua satisfação como indivíduo que pertence a uma organização.

Para Brum (2005, p.29), "O melhor caminho para a motivação é a capacidade que algumas empresas têm de passar aos seus funcionários mensagens inspiradoras e serem coerentes ao fazer isso." A empresa é um todo, formada pelo somatório individual de idéias, sonhos, expectativas e realizações. As pessoas efetivamente se envolvem, "vestem" a camisa, quando se emocionam pelo que fazem, percebem a possibilidade de criar, inovar, fazer diferente.

Já no que diz respeito à criatividade, por se tratar de uma definição bastante complexa, muitos a reduzem a uma ferramenta exclusiva do marketing, publicidade, propaganda e outras áreas afins das artes. Mas, para Dualib & Simonsen (2000) a criatividade é "uma técnica para se resolver problemas", divergindo assim, e muito, do pré-conceito arraigado como estereótipo social no que refere à criatividade. Com esta definição ampliamos assim a criatividade como ferramenta para outras áreas da ciência.

Para King e Schilicksupp (1999, p.11):
Criatividade é a capacidade de as pessoas gerarem novos projetos, produtos ou idéias que, até o momento da geração, eram completamente desconhecidos do criador. Essas idéias podem ser resultados de pensamento imaginativo ou de uma combinação de pensamento e formação de novos padrões ou, ainda.pode advir das experiências de um grupo.

King e Schilicksupp (1999) ressaltam, então, que a criatividade pode ser encontrada tanto em experiências ou imaginação individual ou por experiência de um grupo, logo a criatividade é adquirida por aprendizagem. Sendo então um fator cognitivo, adquirido.

Pode-se, então, definir criatividade como instinto de exploração e impulso de inovação, uma transformação do projeto existencial. Ou seja, é intrínseco no ser humano o fator da mudança e da inovação, sendo deste instinto que se adquire a criatividade.

Vale lembrar ainda que Kao (1997), guru da criatividade empresarial, afirma que "a prioridade de uma empresa nesta virada de século deve ser transformar-se em uma fábrica de idéias. Para isso, precisará instituir processos para a geração, o desenvolvimento e a colheita de novas idéias."

O desafio ao uso da criatividade no trabalho leva à motivação, favorecendo assim, a participação ativa de todos os funcionários em prol de um objetivo comum: alcançar o sucesso para a organização.

2.2.2 Características humanas

No âmbito empresarial, torna-se cada vez mais importante a busca pela valorização do fator humano. As empresas vivem um novo tempo e, por isso, devem buscar propiciar condições para que seus funcionários realizem suas necessidades.

Vários cientistas, inclusive da psicologia, investiram em pesquisas sobre necessidades e motivação no trabalho. Contudo, um que teve considerações significativas foi Abraham Maslow. Para Gade (1998, p.89):

Uma das mais importantes teorias de motivação é a conhecida teoria de Maslow que acredita serem os desejos e as necessidades, na verdade, organizados em prioridades e hierarquias, sendo que esta hierarquização obedeceria a uma escalonagem na qual se passaria de um nível a outro mais alto, à medida que o anterior fosse satisfeito.

Desta forma, a classificação das necessidades proposta por Maslow, em ordem crescente, se dá da seguinte forma:
• Fisiológicas - Alimento, descanso, água, proteção contra elementos da natureza. • Segurança - Proteção contra possíveis privações e perigos. • Sociais - Dar e receber afeto, sentir-se aceito pelos outros. • Auto-Estima - Estima própria (confiança em si mesmo, competência profissional, conhecimento) estima por parte de outros.  • Auto-realização - Conseguir o desenvolvimento e a utilização de todas as potencialidades que a pessoa tem.

Helzberg (apud Bertolino, 1998), nos anos 60, formulou sua teoria sobre motivação, que em muitos aspectos se assemelhou à teoria de Maslow. No entanto, em relação a Maslow, Herzberg não ficou apenas no plano da psicologia individual, pois dimensionou suas investigações sobre os motivos que influem no trabalho dos homens dentro da empresa. Esta teoria ficou conhecida como higiene-motivação e também procurou apurar o que afetava a satisfação das necessidades dos trabalhadores, fossem elas inferiores (higiênicos) ou superiores (motivadores).
Para Herzberg, os fatores de higiene são caracterizados por salário, supervisão, condições de trabalho, regulamentações e modo de operar a empresa, entre outros. Já os fatores motivadores são êxito pessoal, reconhecimento, responsabilidade, possibilidades de promoção e capacidade de auto-satisfação. Desta forma, como se vê, é possível relacionar a teoria de Herzberg à teoria de Maslow no que diz respeito à similaridade existente entre os fatores de higiene e fatores inferiores e, fatores motivadores e fatores superiores.

A motivação precisa ser encarada como forma de valorizar o funcionário, que deve se sentir parte integrante da empresa, deve se sentir um verdadeiro colaborador. Para que haja motivação, é necessário que o funcionário esteja disposto a se motivar. Manter a sua equipe motivada tem sido uma busca constante pelas empresas. E, por esse motivo, é que o maior investimento de uma empresa deve estar nas pessoas, pois é nelas em que está o poder de decisão em fazer ou não fazer, fazer bem feito ou fazer mais ou menos. Vale lembrar que uma equipe motivada pode se superar. Superar inclusive as expectativas da empresa.

2.2.3 Aplicabilidade dos conceitos no âmbito empresarial

A discussão de se ter uma equipe motivada e criativa é realidade. Contudo, grande parte das empresas não está preparada para aplicar ações eficazes de endomarketing. Muitas usam estratégias artificiais para tentar motivar seus funcionários. Criam programas em que os funcionários são recompensados por um bom desempenho e tenta-se estimulá-los chamando palestrantes que os deixam realmente motivados, até que, pouco tempo depois a realidade bate à porta novamente.

Muitos empresários ainda acreditam que a motivação é obtida apenas através de salários. Esse tipo de processo motivacional tende há durar pouco tempo, pois o homem é um ser insaciável, uma vez satisfeita uma necessidade, conseqüentemente surgirão outras. As pessoas são interessadas e são motivadas pelos seus próprios objetivos, pelos seus próprios interesses. Para garantir a motivação, é preciso outros estímulos, como integração social, valorização pessoal, profissional, entre outros.

As atitudes de endomarketing podem ser expressadas no dia-a-dia, nos pequenos detalhes, nos itens de convivência, nas atividades que não representam custo para a empresa, mas que demonstram respeito e consideração ao elemento humano. Nenhum benefício, por melhor que seja, é capaz de substituir esse sentimento. (BRUM, 2005, p.74)

Valorizar o funcionário é o que as empresas devem ter em mente. Para alcançar o sucesso e ter os seus funcionários comprometidos, a empresa tem que estar em constante atualização. Manter a equipe sempre qualificada é um dos desafios.  Outro aspecto interessante é o de valorizar o potencial criativo de seus funcionários. Contudo, não basta somente gerar idéias, é preciso analisá-las e implementá-las. A busca da criatividade pode vir em suprir alguma necessidade ou dificuldade na qual empresa se encontra. Deve-se entender a competência criativa, como capacidade de agregar valor ao negócio, através do patrimônio pessoal, estimulando tanto o desenvolvimento pessoal, quanto o grupal e empresarial. Para que isso aconteça, a empresa deve ser capaz de oferecer a seus funcionários autonomia para que possam exercer sua criatividade. Deve a todo instante desafiá-los para que não caiam na rotina e não fiquem desmotivados. Em tempos de competitividade acirrada, o potencial criativo desses colaboradores pode fazer a diferença.

2.3 Crescimento e estratégia organizacional

2.3.1 Como gerar comprometimento através das estratégias de endomarketing

O endomarketing é considerado uma ferramenta bastante eficaz para motivar e capacitar os funcionários. A motivação visa comprometer o funcionário com os objetivos da empresa e integrá-lo à cultura organizacional existente. Para isso, as organizações devem se esforçar para dar aos seus clientes internos melhores oportunidades profissionais e pessoais. Desta forma, uma das ações mais importantes do endomarketing é buscar o comprometimento. Para que isso aconteça, os empregados precisam estar a par da situação, devem compreender e concordar com os objetivos da empresa e com o programa de endomarketing e, principalmente, que sintam que os resultados serão valiosos para a vida profissional e pessoal.

Cerqueira (1994) aponta três valores básicos, imprescindíveis ao desenvolvimento das relações de comprometimento nas empresas, na seqüência que segue:

Valor Básico 1 - Auto-Estima – significa gostar de si próprio. É um estado caracterizado por uma força interior que leva as pessoas a um maior e melhor estado de motivação para o comprometimento. Este valor preconiza que todos têm o direito de interagir, dando ordens, pedindo ou consultando, mas que devem lembrar-se, por sua vez, que o outro não deve ter sua auto-estima afetada negativamente;
Valor Básico 2 - Empatia – é colocar-se psicologicamente e em sentimento no lugar do outro, sentindo suas necessidades. Isto facilita a aceitação e a adesão interna das outras pessoas. Este valor apregoa que todos estão livres para interagir, mas que devem observar sempre que estão tratando com pessoas;
Valor Básico 3 - Afetividade nas Relações Interpessoais – constitui-se em ser razoável nos pedidos e determinações. Este valor, além de grande facilitador da empatia, propala a natureza igualitária das pessoas, independentemente do nível hierárquico em que se situam, não devendo haver relações de prepotência ou discriminação, de ninguém para ninguém. O autor alerta, entretanto, que se deve ter cuidado com as atitudes de hipocrisia.

Prosseguindo, Cerqueira (op.cit) aponta a existência de outros valores, chamados decorrentes, pois são caracterizações de um dos três valores básicos apresentados:

Valor Decorrente Nº 1 - Transparência – tem na verdade a sua instância maior. Considerado como uma manifestação da empatia, este valor decorrente contribui para a eliminação gradativa da mentira, da omissão e da hipocrisia, consistindo em um primeiro obstáculo aos boatos;
Valor Decorrente Nº 2 - Alavancagem de Soluções – significa acabar com o estado de omissão existente nas empresas, ao considerar que "todos os problemas são problemas de todos". Este valor, que não deve ser interpretado como ingerência, gera ações multidirecionais;
Valor Decorrente Nº 3 - Espírito Desarmado – é evitar a predisposição existente nas pessoas de atacar e de agredir. Este valor, decorrente do valor básico empatia, apregoa que as pessoas têm o direito de interagir, formal ou informalmente, mas não o de agredir;
Valor Decorrente Nº 4 - Os Espaços Vazios Devem Ser Preenchidos em Toda a Empresa – significa a abertura de um canal de comunicação como facilitador da interação afetiva. Os chefes estáticos abrem espaços para a ação do poder informal, reduzindo a sua influência pessoal;
Valor Decorrente Nº 5 - Busque em Primeiro Lugar o Positivo, Depois o Negativo - em todas as relações de trabalho é necessário identificar primeiramente as coisas positivas, manifestando satisfação com isto; para o negativo, orientação e educação para o aprimoramento;
Valor Decorrente Nº 6 - A Valorização do Esforço, da Iniciativa e da Criatividade É a Base da Obtenção de Resultados – Agir sem reconhecer estas qualidades em seus subordinados é afetar negativamente suas auto-estimas, gerando atitudes futuras de simples envolvimento;
Valor Decorrente Nº 7 - Concessão x Conquista – este valor decorrente deve ser amplamente explicitado, gerando o entendimento de que nas empresas nada se ganha, tudo se conquista, evitando-se o paternalismo;
Valor Decorrente Nº 8 - É Proibido Prometer – a promessa é um tipo de interação enganosa, ou de envolvimento do superior. Este deve substituí-la pela alavancagem.
Para uma efetiva ação do endomarketing, os desafios são muitos. Várias são as barreiras a serem vencidas pelas organizações, que almejam um futuro dinâmico e participativo no mercado. O endomarketing deve buscar a revitalização da idéia de que as organizações e os indivíduos são interdependentes no alcance de seus objetivos. Assim, torna-se necessário incorporar a esta ação, uma noção de comprometimento.

2.3.2 Motivação + Criatividade + Estratégia

Atualmente, organizações de todo o mundo trabalham na difícil tarefa de sobreviver. O mundo está em constante transformação e a relação dos funcionários com a empresa não está diferente disso. O grande desafio das empresas está em conquistar a confiança do seu público interno para se manter competitiva no mercado.

Manter funcionários motivados, tentar que objetivos individuais sejam satisfeitos juntamente com os da organização, aumentar a produtividade, manter um espírito sadio de equipe, entre outros, tem sido uma busca constante pelos responsáveis em comportamento. Pode-se considerar que o líder de uma equipe tem papel fundamental para a motivação de um grupo de trabalho. A ele compete administrar as diferenças individuais e conciliá-las rumo às metas a serem alcançadas pela organização.

O líder deve analisar os interesses dos funcionários, isto é, que atividades eles são capazes de realizar, e aquilo que suas tarefas podem lhes proporcionar em termos de auto-realização. Dessa maneira, cada tarefa pode ser percebida pelo funcionário como um verdadeiro desafio para seus potenciais ainda não explorados. Assim percebido, o sentido de desafio dado à tarefa terá grande probabilidade de desencadear no funcionário o processo autêntico de motivação. Quando o homem percebe em sua tarefa um verdadeiro desafio, um potencial para satisfazer suas necessidades de auto-realização é que ele se dedica plenamente, não simplesmente para realizá-la, mas para fazê-la da melhor maneira possível. É diante desses desafios é que ele passa a usar mais o seu potencial criativo, e sua produtividade vai além de qualquer limite esperado. O "indivíduo criativo" é regido pela auto-realização. Ele busca novos desafios e procura soluções criativas para os problemas, tornando-se motivante e auto-motivador. O desafio ao uso da criatividade no trabalho leva à motivação, favorecendo a participação ativa. Quando se bloqueia a inteligência criativa há o desinteresse de participar, opinar e envolver-se mais. Felippe (www.administradores.com.br) apresenta algumas dicas para manter o funcionário motivado:
Estabeleça metas claras e atingíveis - Pouco adianta uma meta inatingível, ou facilmente atingível, no lugar de incentivar gera frustração, elas deverão ser desafiadoras. Divulgue a todos - Estabeleça a regra do jogo para todos, não importa quantas pessoas participam do programa, e possibilite meios de atingir as metas. Estimule a criação de slogans, campanhas, etc. Propicie condições físicas, tecnológicas, materiais e psicológicas para a conquista. Envolva - Há metas que abrangem somente um departamento, outras vários, ou até a empresa toda. Propicie um clima interno de incentivo.

A motivação pode vir a gerar criatividade no ambiente de trabalho. As empresas é que precisam atentar para esse detalhe, que pode ser um diferencial valioso de mercado.

3 CONCLUSÃO

Sabe-se que, para se manterem competitivas no mercado, as empresas precisam buscar maneiras eficientes de comunicar seus objetivos e aspirações ao seu público interno. O envolvimento de todos no processo é de supra importância para o sucesso da organização. A relação entre empresa e funcionário passa a ser um diferencial competitivo, onde ambos caminham lado a lado com um único propósito: se satisfizer. De um lado, a empresa, fornecendo subsídios necessários para um bom desempenho do funcionário. E do outro lado, o funcionário, cumprindo de maneira eficaz o que lhe é exigido.

A empresa, ao fazer uso do endomarketing, busca criar ou tornar ambientes internos em ambientes produtivos e favoráveis, que respondam às necessidades externas. A empresa deve criar ambientes de trabalhos favoráveis à criatividade. É indispensável nesse processo ter um funcionário que se sinta motivado a fazer a diferença. Deve enxergar a importância de valorizar esse funcionário e de reconhecê-lo como parte integrante da equipe, passando a tê-lo como um verdadeiro colaborador.

Com o objeto de estudo em questão, pôde-se perceber que o endomarketing pode contribuir para trazer sucesso para a organização. Basta que as empresas ampliem sua visão e o aceitem como uma ferramenta de gestão, que veio para propiciar uma relação sadia e duradoura entre colaborador e empresa.

REFERÊNCIAS

BAUMANN, Renato (Org.). O Brasil e a economia global. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

BERTOLINO FILHO, Jorge. Tópicos atuais em administração: motivação. Campinas: Alínea, 1998.

BEKIN, Saul Faingaus. Conversando Sobre Endomarketing. São Paulo: Makron Books, 1995.

BRUM, A. M. Endomarketing: estratégias de comunicação interna para empresas que buscam a qualidade e competitividade. Porto Alegre: L&PM, 1994.

BRUM, A. M. Endomarketing: como estratégia de gestão. 3.ed. Porto Alegre: L&PM, 2005.

CASTRO, Antônio Barros; POSSAS, Mário Luiz; PROENÇA, Adriano (Org.). Estratégias empresarias na indústria brasileira: discutindo mudanças. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1996.

CERQUEIRA, Wilson. Endomarketing: educação e cultura para a qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.

COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 2.ed. São Paulo: Atlas,1992.

COUTINHO, Luciano; FERRAZ, João Carlos. Estudo da competitividade da indústria brasileira. 3.ed. Campinas: Papirus: Editora da Unicamp, 1995.

DUALIB, Roberto e SIMONSEN, Harry. Criatividade & Marketing. São Paulo: Makron Books, 2000.

FELLIPE, Maria Inês. Os desafios da motivação. Fonte: Portal Administradores. Disponível em: < www.administradores.com.br . Acesso em 28/09/2008.

FERRAZ, João Carlos; KUPFER, David; HAGUENAUER, Lia. Made in Brazil: desafios competitivos para indústria. Rio de Janeiro: Campus, 1995.

FERRELL, O. C., HARTLINE, Michael D., LUCAS JUNIOR, George H., LUCK, David. Estratégia de marketing. São Paulo: Atlas, 2000.

GADE, Christiane. Psicologia do Consumidor e da Propaganda. São Paulo: EPU, 1998.

KAO, John. Jamming: a Arte e a Disciplina da Criatividade na Empresa. São Paulo: Campus, 1997.

KING, Bobo e SCHLICKSUPP, Helmut. Criatividade: uma vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Qualimark, 1999.

KOTLER, P. Administração de Marketing. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

LEVITT, Theodore. A imaginação de marketing. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1990.

MONTGOMERY, C. A.; PORTER, M. E. Estratégia: a busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

PETERS, T. Reinventando o trabalho. São Paulo: Campus, 2000.


Autor: André Coelho


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MINISTÉRIO DO TURISMO INCENTIVA VIAGENS NA TERCEIRA IDADE

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Como fazer um balanço de 2012, junto com a equipe?



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27/11/2012
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Como fazer um balanço de 2012, junto com a equipe?

Mais uma vez, as pessoas repetem aquela conhecida frase: "O ano passou voando!". E quando nos reportamos à realidade que envolve nossas atividades corporativas, essa citação parece ainda mais verdadeira. Onze meses dão uma boa margem para sentar com sua equipe e juntamente com sua equipe o gestor avaliar os principais fatos que marcaram 2012. Não se trata de uma avaliação de desempenho coletiva, mas sim um convite para que os membros do time reflitam sobre o que ocorreu e os resultados que foram alcançados seja individual ou coletivamente. Segue abaixo, algumas sugestões para você líder, fazer esse convite à sua equipe e aproveitar a oportunidade para rever os pontos de sua gestão. Vamos lá?
1 - Obviamente que o primeiro "passo" a ser dado é fazer o convite à sua equipe. Para isso, envie um e-mail aos membros da sua equipe para avisá-los com antecedência sobre a reunião. Isso permitirá que todos se preparem e não deixem pendências para a última hora. É interessante escolher um dia e horária em que o movimento seja mais tranquilo, pois isso evitará interrupções indesejadas.
2 - Deixe claro o objetivo da reunião e peça que cada leve, pelo menos, um ponto que considerou marcante no transcorrer de 2012 que tenha sido relevante tanto do ponto de vista individual e coletivo.
3 - Valorize a pontualidade para iniciar essa reunião, pois ela poderá ser uma referência para suas futuras decisões para o ano que se aproxima. É relevante que o local também seja adequado, ou seja, se possível uma sala que ofereça cadeiras para todos da equipe. Providencie também papel e canetas, caso alguém precise fazer alguma anotação e não tenha levado o material necessário.
4 - Comece a reunião, agradecendo a presença de todos e explicando o objetivo do encontro, dessa vez pessoalmente. Saliente que não se trata de uma avaliação de desempenho e que todos estão ali para serem ouvidos e terão espaço para apresentar suas opiniões.
5 - Como líder, cabe a você pontuar os fatos que foram mais relevantes para a equipe ao longo de 2012. Vale registrar tanto acontecimentos positivos quanto os considerados negativos.
6 - Se você espera que os liderados deem suas opiniões, dê o exemplo. Ou seja, além de citar os fatos marcantes, mostre seu ponto de vista e apresente argumentos plausíveis. Mostre-se que essa é a sua visão e que espera que todos apresentem seus posicionamentos, afinal você depende da sua equipe alcançar resultados e não apresentaria resultados à empresa se eles não estivessem ao seu lado.
7 - Deixe a palavra com o time e pergunte se alguém gostaria de falar primeiro. Caso a equipe mostre-se tímida, pergunte o que eles acharam dos fatos que você citou no início dos trabalhos. De forma "light" comece a perguntar às pessoas que geralmente são as que mais gostam de falar no dia a dia. Talvez elas só precisem de um incentivo para apresentar suas opiniões sobre o ano de 2012.
8 - Tente tornar a reunião numa conversa agradável, em que todos possam se expressar. Quando um colaborador concluir sua fala, observe se alguém se mostrou interessado no assunto e aproveite com a deixa "E você fulano, o que pensa sobre o assunto? Tem algo a acrescentar?". O importante é que a reunião não caia no marasmo e tampouco se torne improdutiva.
9 - Peça sempre sugestões para a melhoria dos processos. Se um projeto foi considerado positivo, ótimo. Existe algo que poderia ter sido acrescentado e que só foi percebido após a sua conclusão? Para os pontos negativos, onde foi que a equipe errou? Houve falha de comunicação, por exemplo? Faltou infraestrutura da empresa para garantir o êxito do processo? Lembre-se de que essa reunião não é uma avaliação de desempenho, mas sim um balanço do que ocorreu durante todo o ano. Com base nessas informações, você poderá traçar novas estratégias para que a performance da sua equipe melhore.
10 - Ao término dos trabalhos, lembre à sua equipe que você está disponível para tocar ideias não apenas naquele momento, mas no dia a dia. Certamente, nem todos os presentes terão o tempo necessários para falar o que queriam ou, então, preferem conversar reservadamente com você. O importante é fortalecer o canal de comunicação com os liderados. Lembre-se de que você não terá uma "bola de cristal" para consultar quando 2013 chegar!

O líder que inspira – Comece pelo “Por quê?”



O site de referência sobre Gestão de Pessoas.
27/11/2012
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O líder que inspira – Comece pelo “Por quê?”

Você já se perguntou: por que algumas pessoas atingem resultados excelentes na vida profissional e pessoal, enquanto que outras estão sempre no caminho das dificuldades? Assim também as empresas - existem aquelas que estão sempre "no pódio" e há aquelas que estão sempre "sobrevivendo".
Simon Sinek, autor do livro "Por quê? Como grandes líderes inspiram ação" codificou essa explicação através de um método chamado Círculo Dourado de uma forma muito interessante. Esse Círculo abrange três esferas: POR QUE, COMO e O QUE, entender isso intelectualmente é relativamente fácil, mas na prática em geral invertemos a ordem. Ele traz como exemplos algumas organizações da atualidade como a Apple, Disney, Harley-Davison, entre outras, que utilizam essa prática mesmo sem perceber, mas que têm resultados extraordinários, pelo simples fato de conseguirem inspirar as pessoas.
Toda organização sabe O QUE (produto) faz e até COMO (processo) faz, mas muitas têm dificuldades de externar o PORQUÊ (propósito) do que fazem e é exatamente aqui que a coisa pega. O PORQUÊ é o motivo que leva à ação, ou seja, ao propósito, e dentro dessa perspectiva ele ainda ressalta: "as pessoas não compram o que você faz, elas compram o porquê você faz".
Em geral o que percebemos são muitas empresas vendendo seus produtos e não os seus propósitos, com isso não externalizam sua missão, seus principais valores e suas crenças. As empresas que conseguem isso, realmente se destacam.
Um líder que deseja ter sucesso na Gestão de Pessoas precisa compreender isso. Esse processo de influenciação é muito mais profundo, está ligado ao propósito (o porquê) que motiva a ação, e muitos líderes lideram apenas nas lâminas do COMO e do O QUÊ. Eles conseguem resultados e em alguns casos até mais rápidos, porém esses não são sustentáveis e, portanto não permanecem, pois não influenciam, e aqui cabe uma adaptação na frase do Simon: "As pessoas te seguem pelo o PORQUÊ você faz e não pelo O QUE ou COMO você faz". A inspiração começa pela clareza do PORQUÊ.
As pessoas precisam saber o PORQUÊ fazem as coisas, ou seja, é preciso ter uma crença, uma causa que vá além de produtos e serviços. O líder que não consegue articular bem esse PORQUÊ da organização não pode esperar um engajamento duradouro de sua equipe.
Sabendo o PORQUÊ, a questão é COMO as pessoas irão fazer o que precisam fazer, e isso tem haver com os princípios e os valores que balizarão a causa ou a crença - o PORQUÊ.
As crenças ou as causas (o PORQUÊ) + os valores (COMO) resultam no O QUE que são os resultados propriamente ditos (produtos, serviços, marketing), e quanto mais claros o PORQUÊ e o COMO mais autêntico é O QUE, e autenticidade é sinônimo de confiança, lealdade e inspiração.
Percebe o quanto essa ordem influencia nos resultados de uma liderança, de uma organização?
Quando queremos e pedimos aos nossos filhos que escovem os dentes, por exemplo, estamos na verdade dizendo O QUE eles têm que fazer e até COMO eles têm que fazer, e eles até farão o que estamos pedindo por algum tempo, mas é provável que tenhamos que pedir e pedir e pedir novamente... Se até as crianças precisam de uma causa para agirem, imaginem os adultos.
Quando um líder consegue traduzir esse simples conceito na prática, ele obtém a aderência, o engajamento e a fidelidade dos seus principais clientes - seus funcionários. Ou seja, a atitude tem que partir de uma crença, uma causa, pois as pessoas precisam sentir e fazer parte da proposta e não estarem restritas apenas a tarefas, a produtos etc.
Começar pelo o PORQUÊ - é o que inspira as pessoas à ação, afinal: "As pessoas te seguem pelo PORQUE você faz e não pelo O QUE ou COMO você faz".

Autoliderança: onde tudo começa


Autoliderança: onde tudo começa

Muitos profissionais com talento, habilidade e boas oportunidades, e entre eles vários líderes, estão bem longe de onde poderiam estar principalmente pela falta deautoconhecimento e autoliderança, dois fundamentos básicos para quem busca tornar-se um ser humano e líder melhor. "Quem é você? Quais são seus pontos fortes e pontos fracos? Aonde você quer chegar?". Você tem respostas objetivas para estas perguntas?
"Nada é mais conclusivo para provar a capacidade de liderança de um homem que as ações empreendidas, dia após dia, para liderar a si mesmo." - Thomas J. Watson, ex-diretor da IBM.
Liderar pessoas não é uma tarefa simples, contudo, não existe resistência maior do que liderar a si mesmo, fazendo com que o próprio líder se torne o seu maior inimigo, uma vez que a autoliderança é uma das ações que mais exige equilíbrio, determinação e disciplina por parte do líder. Os desafios começam na própria essência do ser humano, que já vem de fábrica com algumas características bem interessantes:
- A visão que temos de nós mesmos na maioria das vezes não é realista, ou seja, não somos exatamente o que pensamos ser.
- Somos capazes de formular conceitos sobre qualquer outra pessoa, exceto sobre nós mesmos.
- Temos a tendência de julgar os outros por suas ações e a nós mesmos pelas intenções, usando, assim, nossas boas intenções para justificar erros e amenizar resultados negativos.
Você se identifica com alguma dessas características? Eu sim. Estas são as razões básicas que tornam o autoconhecimento e a autoliderança tão importantes para o líder, que antes de conhecer e liderar os outros, precisa fazê-lo a si mesmo.
A jornada do crescimento, da liderança e do sucesso começa pelo lado de dentro, por isso o líder que deseja influenciar pelo exemplo tem, em primeiro lugar, o grande desafio de liderar a si mesmo por meio do autoconhecimento e da autoliderança, conquistando o equilíbrio em sua vida pessoal e profissional. Antes de inspirar, motivar, amar e servir aos outros, é preciso que o líder faça-o a si mesmo, viajando pelo interior antes de se aventurar pelo exterior.
A base da autoliderança chama-se disciplina, principalmente porque dedicar tempo para pensar em si mesmo não é natural em nossos dias. Nossa dinâmica de vida nos envolve de tal maneira, que se não estivermos firmemente determinados a dedicar tempo a nós mesmos e se não nos disciplinarmos para praticá-la, a autoliderança dificilmente será uma prioridade.
É preciso driblar a falta de tempo e estabelecer momentos de calmaria, reflexão, concentração e introspecção. Aliás, a expressão "não tenho tempo" não é tão verdadeira assim, já que significa que, de fato,"isso não é prioridade para mim". Tudo aquilo que é realmente importante para nós sempre tem um espaço em nossa agenda. Portanto, se você entende que a autoliderança é importante para o seu desenvolvimento como líder e ser humano, encontrará tempo para praticá-la.
Uma das melhores maneiras de aumentar o autoconhecimento é perguntando àqueles com quem interagimos sobre como eles nos percebem. Lembre-se que a visão que temos de nós mesmos não é tão realista assim, por isso, saber como nossos comportamentos e nossas atitudes são percebidos pelas pessoas ao nosso redor é fundamental. E aqui a palavra chave é percepção, porque, de fato, não somos avaliados apenas pelo que fazemos, mas principalmente pelo que as pessoas percebem sobre a intenção que temos naquilo que fazemos. Por exemplo: um líder que não delega determinadas tarefas para sua equipe por entender que eles estão sobrecarregados, decidindo ele mesmo fazê-las. Apesar da boa intenção, pode causar a percepção de que ele não confia na equipe a ponto de delegar tarefas importantes. Percebe?
Portanto, conversar com as pessoas demonstrando sua real disposição para ouvi-las sobre o que pode ser mudado, melhorado e potencializado, não é apenas satisfatório, mas fundamental para melhorar o autoconhecimento do líder. Provavelmente vai "doer" um pouco, já que ouvir determinados comentários não é tão simples assim, contudo, se este autoconhecimento vier acompanhado de autoliderança, planos de ação e disciplina para colocá-los em prática, o resultado será extraordinário.
Existem algumas perguntas poderosas que podem nos ajudar em nossos momentos de autoconhecimento e autoliderança. Vejamos algumas delas:
Propósito de Vida - Qual é o meu propósito de vida? Por que eu estou neste lugar? Eu estou caminhando na direção certa? O que me completa e me deixa realizado? Por que eu acordo todas as manhãs?
Visão de Futuro - Onde eu quero chegar? Para onde estou levando minha equipe? Minha equipe sabe para onde está indo?
Crescimento Pessoal - Eu dedico tempo suficiente para me conhecer melhor? Eu estou investindo em mim?Eficácia - Eu conheço meus pontos fortes e pontos fracos? Eu valorizo meus pontos fortes?
Paixão - Eu faço o que amo e amo o que faço?
Legitimidade - Os objetivos que tenho traçado são legítimos para mim, para meus liderados e para a organização?
Motivações - Eu estou sinceramente interessado na vida e no desenvolvimento das pessoas ao meu redor?
Reconhecimento - Tenho pessoas me seguindo, ou apenas subordinados?
Liderança - Eu procuro ser um exemplo para as outras pessoas? Eu as influencio, inspiro e sirvo? Meus liderados estão se tornando melhores seres humanos e profissionais? Elas vivem com equilíbrio e trabalham com entusiasmo? Eu me seguiria? Eu gostaria de ser liderado por mim?
Legado - Estou criando um futuro melhor? Estou formando novos líderes?
Autoconhecimento e autoliderança ajudam a estabelecer prioridades corretas, buscar inspiração, conquistar motivação, manter o equilíbrio em meio às crises, dominar o ego e manter o foco naquilo que é realmente importante. Por isso, conhecer e liderar a si mesmo é o primeiro passo para liderar os outros.

O “milagre” dos livros!



QUINTA-FEIRA, 8 DE NOVEMBRO DE 2012

O “milagre” dos livros!

Recentemente, foi comemorado o Dia Nacional do Livro. Hoje, casualmente, vi em um jornal duas matérias sobre o tema, as quais, infelizmente, me lembraram que vivemos em uma “Aquarela de Brasis”.

A primeira matéria comentava sobre a importância da leitura, a necessidade de conscientizar os pais a participarem deste processo junto com seus filhos, o cuidado que a família deve ter ao escolher uma escola privada que tenha umabiblioteca atraente e professores preocupados com a leitura.

Logo fiquei intrigada. Por que o autor da matéria frisou “uma escola privada”? E as escolas públicas? Já estão tão bem resolvidas quanto a esta questão? Será que eu não estou sabendo? E os livros? Estão tão fáceis de comprar?

Bem, deixando um pouco de lado estes pequenos grandes detalhes, é bom lembrar que a média de leitura por pessoa no Brasil é de um livro por ano!

Continuei folheando o jornal e, para minha surpresa, vi uma notícia incrível: “Catadora cria biblioteca com obras encontradas no lixo”. A catadora de recicláveis, Cleuza de Oliveira, 47 anos, semi- analfabeta, moradora de uma cidade a 455 km de São Paulo, conseguiu realizar seu sonho: criou uma biblioteca dentro da Associação de Catadores, que fica localizada no centro de triagem do lixo.

“Meu sonho era montar uma biblioteca para que todos pudessem ler. De tanto ver livros jogados no lixo, de autores como Machado de Assis, José Saramago, entre outros, comecei a juntá-los. Hoje, temos um acervo com mais de 300 títulos”, comenta Cleuza, na matéria.

Em qual Brasil vivemos? No das escolas privadas, que costumam ter uma biblioteca e, na maioria das vezes, subutilizada? No Brasil doscomerciais lindos que mostram um país quase perfeito? Ou no Brasil que depende de milagres e pessoas iluminadas como Cleuza, a catadora de lixo, para colocar em prática o que já deveria existir há muito tempo?

PS 1: Cleuza de Oliveira garante que todos os livros da biblioteca são emprestados gratuitamente.
PS 2: Ela recebe um salário de 500 reais por mês!

Publicado em 08/11/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna 

Campanha de Valores


CAMPANHA DE VALORES

 
 
 
 
 
 
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Venda-Mais
Campanha de Valores
Sabe o que eu acho que está faltando na maior parte das equipes? Parar de fazer campanhas de vendas e começar a fazer campanhas de valores. Deixe-me explicar, para que não fiquem dúvidas. E tenho certeza de que muito gente vai ficar braba comigo, mas se eu não falar, quem é que vai?
A maior parte das campanhas de vendas que vejo é muito fraca. Não tem pé nem cabeça. Na verdade, nem deveriam ser chamadas campanhas motivacionais. Já escrevi outros artigos sobre isso, mas vale voltar ao assunto.
Para começo de conversa, não entendo porque precisa fazer campanha para motivar alguém que JÁ DEVERIA estar fazendo alguma coisa. A pessoa não foi contratada para isso? Não é remunerada para isso? Em muitos casos, não recebe comissão para isso? Então… porque é mesmo que tem que fazer campanha de vendas ou ‘motivacional’? Para que os pangarés acelerem um pouquinho mais, é isso?
Vamos analisar o que acontece então:  você acaba de institucionalizar o que, exatamente, quando cria uma campanha pelos motivos errados? O que acha que a equipe aprende quando começa a se arrastar e em troca ganha um prêmio (a campanha?).
O Brasil deve ser um dos poucos lugares do mundo onde se remunera e premia a acomodação. É o exemplo típico da anti-meritocracia. Contrato uma pessoa para fazer uma coisa. Ela sabe que está sendo contratada para aquilo, foi treinada a fazer aquilo, vai ser remunerada por aquilo, com fixo, comissão, 13º (invenção brasileira), férias (pagas, outras invenção brasileira), mais uma série de vales que também viraram direito adquirido (transporte, alimentar, plano de saúde, dental, etc.).
Aí a pessoa faz o que teoricamente teria que fazer… só que se arrastando, sem vontade, baixa produtividade, etc. Solução? Campanha neles! Sério?  Não dá para aceitar. É como ter câncer e tomar uma aspirina para a dor de cabeça. Melhora temporariamente o incômodo mas o problema central, a causa verdadeira, permanece. (Atenção que pode muito bem ser um câncer de liderança!).
Note também que interessante: você vai ter basicamente dois tipos de vendedores numa campanha. Os que não batem a meta (será que é de uma campanha que realmente precisam? Ou de treinamento, coaching, suporte?) e os que já batem a meta (precisam de campanha mesmo? Ou uma remuneração melhor, reconhecimento, e também treinamento, coaching e suporte?).
Logicamente que existem situações onde uma campanha é bem vinda, traz resultados, etc. Mas nas condições e pelos motivos certos. Não como rotina enganadora de curto prazo.
Aí tem um pessoal que diz “Ah Raúl… você não sabe como é difícil aqui na minha região…”. Ou “Ah Raúl… se eu começar a exigir muito, não fica um – precisa ter um pouco de jogo de cintura”. E voltamos aquele problema de sempre, que é a complacência com a mediocridade. Sempre que ouço isso, sei que temos uma liderança FRACA (que fica braba comigo por falar isso, ao invés de analisar como ele/ela tem alta parcela de culpa e o que poderia fazer para melhorar).
Eu quero propor uma solução diferente: se vai fazer uma campanha, que seja uma campanha de VALORES (ou Atitudes). Imagino que sua empresa tenha claros sua Missão, sua Visão e seus Valores. Pois que se peguem os valores e que eles sejam trabalhados mensalmente, até para que não fiquem dúvidas de que eles são realmente importantes e vão ser cobrados.
Exemplo: este é o mês da INICIATIVA e vamos fazer uma campanha para promover a INICIATIVA internamente.
Definição: Iniciativa na nossa empresa significa… ‘fazer o que precisa ser feito sem esperar que alguém mande você fazer. É a diligência de ousar empreender, de executar, de ser pró-ativo’. (Vocês podem criar a definição de vocês na sua empresa).
Os sintomas da falta de iniciativa são: acomodação, falta de entusiasmo, só fazer quando alguém manda, só fazer depois que já deu problema, esperar os outros fazerem para você não ter que fazer, etc. Essas coisas são todas negativas e prejudiciais para você, para a empresa e para nossos clientes. Então este mês vamos trabalhar para melhorar isso.
Premiaremos as 3 pessoas (ou 5, ou todas) que mostrarem INICIATIVA. Juntaremos histórias, depoimentos, casos de sucesso e faremos depois uma comemoração na sala de reuniões para entregar os bottons/diplomas de reconhecimento aos premiados. Lembrando que você pode ter iniciativa para resolver problemas existentes, prevenir problemas, ajudar clientes, colegas, seu chefe, subordinados, etc.
E tem mais! Você está recebendo estas 3 medalhas de apreciação para distribuir entre colegas como reconhecimento a atos claros de INICIATIVA. É uma forma de valorizar quem estiver colocando em prática este valor fundamental da nossa empresa.
Já deu para ter uma ideia? Eu acho isso muito mais produtivo do que dizer para alguém: “olha, você está vendendo 3 este mês. Se vender 4 ganha um chocolate”. Não… eu quero que a pessoa tenha mais iniciativa, mais criatividade, mais persistência, mais ética, mais disciplina, mais motivação. Isso sim é o que eu quero de uma equipe de vendas.
Precisamos falar de mais de VALORES. Estamos precisando rever, discutir, cobrar VALORES. Se os valores e as atitudes estão alinhados e sendo respeitados, pode ter certeza de que o resto fica 1000 vezes mais fácil.
Note também que um líder fraco não tem como se esconder numa campanha dessas, porque tudo começa pelo exemplo dado. Se o/a líder não é um modelo de VALORES para sua equipe de vendas… então já achamos a causa do problema.
Abraços com atitude e boas vendas,
Raul Candeloro
www.raulcandeloro.com.br
www.vendamais.com.br