sábado, 8 de dezembro de 2012

click no link

https://www.youtube.com/watch?v=ZRzj-j9Jt-M

humor


HUMOR

Humor
Não ao estresse!

EU INDICO

Marketing & Vendas: DICAS DE FILMES PARA AULAS, TREINAMENTOS E CAPACIT...

Marketing & Vendas: DICAS DE FILMES PARA AULAS, TREINAMENTOS E CAPACIT...: Transcrevo aquiu algumas dicas de filmes que colhi junto a blogs e site de amigos e professores que utilizam esta ferramenta como material d...

FILME O RESGATE DO SOLDADO RYAN


Clima organizacional.
O resgate do soldado Ryan
(Com Tom Hanks)
Liderança, Trabalho em equipe; Logística; Planejamento corporativo;
Administração Clássica.

OUTRO OLHAR, OUTRA VISÃO.Humberto Mariotti


Textos
:: Todos > Artigos

OUTRO OLHAR, OUTRA VISÃO.Humberto Mariotti
www.geocities.com/pluriversu

OUTRO OLHAR, OUTRA VISÃO *
Humberto Mariotti **

O ponto de partida desta obra é surpreendentemente simples: a vida é um processo de conhecimento; assim, se o objetivo é compreendê-la, é necessário entender como os seres vivos conhecem o mundo. Eis o que Humberto Maturana e Francisco Varela chamam de biologia da cognição.

O modo como se dá o conhecimento é um dos assuntos que há séculos instiga a curiosidade humana. Desde o Renascimento, o conhecimento em suas diversas formas tem sido visto como a representação fiel de uma realidade independente do conhecedor.

Ou seja, as produções artísticas e os saberes não eram considerados construções da mente humana. Com alguns intervalos de contestação (como aconteceu logo no início do século 20, por exemplo), a idéia de que o mundo é pré-dado em relação à experiência humana é hoje predominante – e isso talvez mais por motivos filosóficos, políticos e econômicos do que propriamente por causa de descobertas científicas de laboratório.

Segundo essa teoria, nosso cérebro recebe passivamente informações vindas já prontas de fora. Num dos modelos teóricos mais conhecidos, o conhecimento é apresentado como o resultado do processamento (computação) de tais informações. Em conseqüência, quando se investiga o modo como ele ocorre (isto é, quando se faz ciência cognitiva), a objetividade é privilegiada e a subjetividade é descartada como algo que poderia comprometer a exatidão científica.

Tal modo de pensar se chama representacionismo, e constitui o marco epistemológico prevalente na atualidade em nossa cultura. Sua proposta central é a de que o conhecimento é um fenômeno baseado em representações mentais que fazemos do mundo. A mente seria, então, um espelho da natureza. O mundo conteria “informações” e nossa tarefa seria extrai-las dele por meio da cognição.

Como aconteceu com muitas outras, essa posição teórica também produziu conseqüências práticas e éticas. Veio, por exemplo, reforçar a crença de que o mundo é um objeto a ser explorado pelo homem em busca de benefícios. Essa convicção constitui a base da mentalidade extrativista – e com muita freqüência predatória – dominante entre nós. A idéia de extrair recursos de um mundo-coisa, descartando em massa os subprodutos do processo, estendeu-se às pessoas, que assim passaram a ser utilizadas e, quando se revelam “inúteis”, são também descartadas. 

Como todos sabem, a exclusão social alcança hoje em muitos países proporções espantosas, em especial no continente africano e na América Latina. Ao nos convencer de que cada um de nós é separado do mundo (e, em conseqüência, das outras pessoas), a visão representacionista em muitos casos terminou desencadeando graves distorções de comportamento, tanto em relação ao ambiente quanto no que diz respeito à alteridade.

O representacionismo é um dos fundamentos da cultura patriarcal sob a qual vive hoje boa parte do mundo, inclusive as Américas. A esse respeito, lembremos um dado histórico comentado por Hannah Arendt1 em relação aos bôeres, europeus em sua maioria descendentes de holandeses que iniciaram a colonização da África do Sul no século 17. O contato com os nativos sempre os chocava, diz Arendt. Para aqueles homens brancos, o que tornava os negros diferentes não era propriamente a cor da pele, mas o fato de que eles se comportavam como se fizessem parte da natureza. Não haviam, como os europeus, criado um âmbito humano separado do mundo natural.

Do ponto de vista dos bôeres, essa ligação tão íntima com o ambiente transformava os nativos em seres estranhos. Era como se eles não pertencessem à espécie humana. Por serem parte da natureza, eram vistos como mais um “recurso” a ser explorado. Por isso, era “justo” que fossem amplamente utilizados como produtores de energia mecânica no trabalho escravo, ou então simplesmente massacrados.

Eis um exemplo do tipo de alteridade gerado pelo modelo mental fragmentador. A fragmentação traduz a separação sujeito-objeto, principal característica da concepção representacionista. Hoje, mais do que nunca, o representacionismo pretende que continuemos convencidos de que somos separados do mundo e que ele existe independentemente de nossa experiência. 

Foi exatamente para mostrar que as coisas não são tão esquemáticas assim que surgiu A árvore do conhecimento. Eis a sua tese central: vivemos no mundo e por isso fazemos parte dele; vivemos com os outros seres vivos, e portanto compartilhamos com eles o processo vital. Construímos o mundo em que vivemos durante as nossas vidas. Por sua vez, ele também nos constrói ao longo dessa viagem comum. Assim, se vivemos e nos comportamos de um modo que torna insatisfatória a nossa qualidade de vida, a responsabilidade cabe a nós.

Ao contrário das tentativas anteriores de contestar pura e simplesmente o representacionismo, as idéias de Maturana e Varela têm nuanças que lhes proporcionam uma leveza e uma perspicácia que constituem a essência de sua originalidade. Para eles, o mundo não é anterior à nossa experiência. Nossa trajetória de vida nos faz construir nosso conhecimento do mundo – mas este também constrói seu próprio conhecimento a nosso respeito.

Mesmo que de imediato não o percebamos, somos sempre influenciados e modificados pelo que vemos e sentimos. Quando damos um passeio pela praia, por exemplo, ao fim do trajeto estaremos diferentes do que estávamos antes. Por sua vez, a praia também nos percebe. Estará diferente depois da nossa passagem: terá registrado nossas pegadas na areia – ou terá de lidar também com o lixo com o qual porventura a tenhamos poluído.

Do mesmo modo, as águas de um rio vão abrindo o seu trajeto por entre os acidentes e as irregularidades do terreno. Mas estes também ajudam a moldar o itinerário, pois nem a correnteza nem a geografia das margens determinam isoladamente o curso fluvial: ele se estrutura de um modo interativo, o que nos revela como as coisas se determinam e se constróem umas às outras. Por serem assim, a cada momento elas nos surpreendem, revelando-nos que aquilo que pensávamos ser repetição sempre foi diferença, e o que julgávamos ser monotonia nunca deixou de ser criatividade.

Tomemos ainda outra metáfora: não são só os timoneiros que dirigem os navios. O meio ambiente também pilota as embarcações, por meio das correntes marítimas, dos ventos, dos acidentes de percurso, das tempestades e assim por diante. Dessa forma os pilotos guiam, mas também são guiados. Não há velejador experiente que não saiba disso. Portanto, pode-se dizer que construímos o mundo e, ao mesmo tempo, somos construídos por ele. Como em todo esse processo entram sempre as outras pessoas e os demais seres vivos, tal construção é necessariamente compartilhada.

Para mentes condicionadas como as nossas não é nada fácil aceitar esse ponto de vista, porque ele nos obriga a sair do conforto e da passividade de receber informações vindas de um mundo já pronto e acabado – tal como um produto recém-saído de uma linha de montagem industrial e oferecido ao consumo. Pelo contrário, a idéia de que o mundo é construído por nós, num processo incessante e interativo, é um convite à participação ativa nessa construção. 

Mais ainda, é um convite à assunção das responsabilidades que ela implica. Não se trata, porém, de uma escolha retórica, e sim do cumprimento de determinações que derivam da nossa própria condição de viventes. Maturana e Varela mostram que a idéia de que o mundo não é pré-dado, e que o construímos ao longo de nossa interação com ele, não é apenas teórica: apóia-se em evidências concretas. Várias delas estão expostas – com a freqüente utilização de exemplos e relatos de experimentos – nas páginas deste livro.

Em suma: se a vida é um processo de conhecimento, os seres vivos constroem esse conhecimento não a partir de uma atitude passiva e sim pela interação. Aprendem vivendo e vivem aprendendo. Essa posição, como já vimos, é estranha a quase tudo o que nos chega por meio da educação formal.

Um pouco de história
As teorias de Maturana e Varela constituem uma concepção original e desafiadora, cujas conseqüências éticas agora começam a ser percebidas com crescente nitidez. Nos últimos anos, por exemplo, tal compreensão vem se ampliando de modo significativo e tem influenciado muitas áreas do pensamento e atividade humanos. A árvore do conhecimento tornou-se um clássico, ou melhor, recebeu o justo reconhecimento de seu classicismo inato. Por isso, é importante contar aqui as linhas gerais de sua história.2

Tudo começou na década de 1960, quando Maturana, professor da Universidade do Chile, intuiu que a abordagem convencional da biologia – que basicamente estuda os seres vivos a partir de seus processos internos – podia ser fertilizada por outro modo de ver. Tal abordagem os concebe em termos de suas interações com o ambiente, no qual, é claro, estão os demais seres vivos.

Em meados dos anos 60, Varela tornou-se aluno de Maturana. A seguir, já também professor, continuou a trabalhar com ele na Universidade do Chile. Juntos escreveram um primeiro livro: De máquinas y seres vivos: una teoría de la organización biológica.3 Tempos depois, a instauração do regime militar no país, a partir de 1973, fez com que os dois autores fossem para o exterior, onde continuaram a trabalhar separadamente.

Em 1980, de volta ao Chile, retomaram a colaboração. Por essa época, a organização dos Estados Americanos (OEA) buscava novas formas de abordar a comunicação entre as pessoas e o modo como ocorre o conhecimento. Por intermédio de Rolf Behncke, também chileno e ligado a essa instituição, Maturana e Varela começaram a expor os resultados de suas pesquisas em uma série de palestras, assistidas por pessoas de formação heterogênea. A transcrição e edição dessas apresentações resultou num livro, publicado em 1985 em edição não-comercial para a OEA.

Essa obra constitui, com algumas modificações, o que é hoje A Árvore do Conhecimento. Desde a sua primeira edição destinada ao público – em 1987 –, ela jamais deixou de despertar atenção, gerando comentários, resenhas, análises, pesquisas, outros livros. Tudo isso compõe hoje uma ampla bibliografia, espalhada por áreas tão diversas como a biologia, a administração de empresas, a filosofia, as ciências sociais, a educação, as neurociências e a imunologia.

Desdobramentos
O centro da argumentação de Maturana e Varela é constituído por duas vertentes. A primeira, como vimos, sustenta que o conhecimento não se limita ao processamento de informações oriundas de um mundo anterior à experiência do observador, o qual se apropria dele para fragmentá-lo e explorá-lo. A segunda grande linha afirma que os seres vivos são autônomos, isto é, autoprodutores – capazes de produzir seus próprios componentes ao interagir com o meio: vivem no conhecimento e conhecem no viver.

A autonomia dos seres vivos é uma alternativa à posição representacionista. Por serem autônomos, eles não podem se limitar a receber passivamente informações e comandos vindos de fora. Não “funcionam” unicamente segundo instruções externas. Conclui-se, então, que se os considerarmos isoladamente eles são autônomos. Mas se os virmos em seu relacionamento com o meio, torna-se claro que dependem de recursos externos para viver. Desse modo, autonomia e dependência deixam de ser opostos inconciliáveis: uma complementa a outra. Uma constrói a outra e por ela é construída, numa dinâmica circular.

Mas o que fazer para que o ser humano se veja também como parte do mundo natural? Para tanto, é preciso que ele observe a si mesmo enquanto observa o mundo. Esse passo é fundamental, pois permite compreender que entre o observador e o observado (entre o ser humano e o mundo) não há hierarquia nem separação, mas sim cooperatividade na circularidade. Na verdade, Maturana e Varela dão – não apenas com este livro, mas com o conjunto de suas respectivas obras – uma contribuição relevante à compreensão daquilo que talvez seja o maior problema epistemológico de nossa cultura: a extrema dificuldade que temos de lidar com tudo aquilo que é subjetivo e qualitativo.

Mas temos outra limitação. Para nós, não é fácil aceitar que o subjetivo e o qualitativo não se propõem a ser superiores ao objetivo e o quantitativo; e que não pretendem descartá-los e substitui-los, mas sim manter com eles uma relação complementar. Não entendemos que todas essas instâncias são necessárias, e que é essencial que entre elas haja um relacionamento transacional, uma circularidade produtiva.

Tal situação tem produzido, como foi dito, conseqüências éticas importantes. Parece incrível, mas muitas pessoas (inclusive cientistas e filósofos) imaginam que o trabalho científico deve afastar de suas preocupações a subjetividade e a dimensão qualitativa – como se a ciência não fosse um trabalho feito por seres humanos. Maturana e Varela mostram, com abundância de exemplos e constatações, que a subjetividade (tanto quanto a objetividade), e a qualidade (tanto quanto a quantidade), são na verdade indispensáveis ao conhecimento e, portanto, à ciência. 

O agora e o futuro
Hoje, os dois autores seguem caminhos diferentes. No entanto, a diversidade de suas linhas de trabalho atuais não elimina um traço básico do ideário original: o que sustenta que os seres vivos e o mundo estão interligados, de modo que não podem ser compreendidos em separado.

Outro ponto de convergência é o que diz que, se o conhecimento não é passivo – e sim construído pelo ser vivo em suas interações com o mundo –, a postura de só levar em conta o que é observado deixa de ter sentido. A transacionalidade entre o observador e aquilo que ele observa, além de mostrar que um não é separado do outro, torna indispensável a consideração da subjetividade do primeiro, isto é, a compreensão de como ele experiencia o que observa.

Maturana permanece no Chile, de onde sai periodicamente para cursos, conferências e seminários em vários países do mundo, inclusive o Brasil. Aprofunda seu pensamento sobre a biologia do conhecimento e a respeito de sua concepção de alteridade, que chama de biologia do amor. A transacionalidade da biologia do conhecimento com a biologia do amor compõe a base do que ele denomina de Matriz Biológica da Existência Humana.

Varela trabalha em Paris, onde desenvolve duas linhas complementares de pesquisa. A primeira consta de estudos experimentais sobre a integração neuronal durante os processos cognitivos. A outra consiste em investigações sobre a consciência humana Tais pesquisas proporcionam contribuições à sua escola de estudos cognitivos – a ciência cognitiva enativa (teoria da atuação).

Em linhas gerais, essa teoria sustenta que é preciso levar em conta não apenas a objetividade, mas também a subjetividade do observador, que havia sido preterida pelos modelos teóricos representacionistas de ciência cognitiva. Ou seja, pretende lançar uma ponte sobre o fosso que separa a ciência (o universo da objetividade) da experiência humana (o domínio da subjetividade).

Há anos que a Associação Palas Athena, por meio de sua Editora, pretende lançar uma tradução d’A arvore do conhecimento. Esse desejo sempre traduziu a certeza não apenas da importância da obra, mas também da afinidade entre as idéias dos cientistas chilenos e os princípios da Associação. Eis por que agora a concretização do projeto é para todos nós um acontecimento da maior importância, que queremos compartilhar.

Referências
1. ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, págs. 222,223.
2. MATURANA, Humberto R., VARELA, Francisco J. The tree of knowledge: the biological roots of human understanding. Boston e Londres: Shambhala, 1998, págs. 11-13.
3. MATURANA, Humberto, VARELA, Francisco. De máquinas y seres vivos: una teoria de la organización biológica. Santiago: Editorial Universitária, 1973.

P.S. Este livro já estava traduzido e seu texto preparado quando recebemos a notícia do falecimento de Francisco Varela. É com pesar que registramos essa imensa perda. Que esta tradução se incorpore às muitas homenagens que a sua memória merece e certamente receberá. A elas somamos também a nossa gratidão, pelo privilégio de ter convivido com seus ensinamentos e de poder continuar aprendendo com eles.

© Humberto Mariotti 2001.

* Prefácio ao livro A árvore do conhecimento: as bases fisiológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2001, pp. 7-17.

** HUMBERTO MARIOTTI. Professor e Coordenador do Centro de Desenvolvimento de Lideranças da Business School São Paulo. Consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. Conferencista nacional e internacional. Coordenador do Núcleo de Estudos de Gestão da Complexidade da Business School São Paulo.

E-mail: homariot@uol.com.br

ANALISE PSICOPEDAGÓGICA NA EMPRESA


HomeCurriculoArtigosFale Conosco
 
Atuação Psicopedagógica na Empresa : Eloisa Fagali
Atuação Psicopedagógica na Empresa
Eloisa Quadros Fagali

QUAL O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NA EMPRESA?

“Atuação psicopedagógica na empresa: aprendizagem na organização”
A área de estudo e de atuação da psicopedagogia diz respeito às questões e processos de aprendizagem. Portanto qualquer contexto de atuação humana, em qualquer idade, em que emergem questões de aprendizagem , seja na área de educação, saúde ou na família e organizações que lidam com empreendimento profissional, os estudos e atuação psicopedagógicas estão presentes. Portanto a Psicopedagogia Institucional ou Organizacional aprofunda-se na criação de condições de aprendizagem da organização, seja qual for a missão institucional, seus objetivos e metas. O papel da psicopedagogia empresarial diz respeito às criações de condições de aprendizagem dos profissionais integrantes desta instituição, levando em conta seus diferentes setores de atuação, sua missão e metas.

JÁ É UMA REALIDADE A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES?

Há projetos psicopedagógicos aplicados, principalmente nas organizações comerciais e de vendas, focalizando criatividade, talentos e consciência social dos profissionais, operadores e gestores. Segundo dados analisados nas minhas pesquisas, consultorias e supervisões, há 10 anos, a atuação psicopedagógica geralmente ocorre em empresas de médio e pequeno porte. Muitas destas atuações desenvolvem-se em parcerias com RH, psicólogos e profissionais de serviços sociais. Considero que, como psicopedagogos, estamos no começo, no entanto os trabalhos que visam criações e maiores consciências da aprendizagem na organização já estão ocorrendo nas últimas décadas, no meio empresarial, tendo como principais mediadores profissionais psicólogos e de RH. Nos anos 70 iniciaram-se trabalhos de profissionais com formação pedagógica, com habilitação em empresa, principalmente nos setores de treinamento profissional. Nos anos 90, até o momento atual, projetos e atuações psicopedagógicas iniciaram-se e ampliaram-se, com o desenvolvimento e desdobramentos das especializações em psicopedagogia. Considero que esta seja uma das grandes conquistas contemporânea sobre aprendizagem, trabalho e produção, levando em conta os conceitos sobre o processo de aprendizagem e suas diferenças. As especializações em psicopedagogia com adultos, visando questões sociais e organizacionais ampliam as reflexões e práticas sobre a aprendizagem da organização e do profissional, com o enfoque social e sistêmico, adequando os conceitos sobre aprendizagem e desenvolvimento afetivo-cognitivo às linguagens e conceitos específicos das áreas de administração e comunicação.

SITUE-NOS O MOMENTO QUE A PSICOPEDAGOGIA SE FEZ NECESSÁRIA NA EMPRESA.

Na dinâmica das organizações, há necessidade de se criar recursos estratégicos, levando em conta as diferentes formas de transmissão dos conhecimentos, bem como a assimilação e aprendizagem de seus integrantes no ambiente de trabalho São necessidades que requerem um especialista em aprendizagem humana nas organizações, que junto a uma equipe interdisciplinar, focaliza o processo de aprendizagem coletiva da organização e o desenvolvimento das capacitações dos profissionais, com um enfoque sistêmico. Outra inserção relevante refere-se às condições de inclusão na empresa, tendo em vista o trabalhador que apresenta certas limitações de aprendizagem, necessitando de avaliações e criações de condições de trabalho.

EM QUAL SETOR EMPRESARIAL A PSICOPEDAGOGIA É MAIS ATUANTE?

Como já explicitei na pergunta anterior, a atuação maior refere-se a projetos associados ao setor de RH, focalizando a aprendizagem e informações associadas ao treinamento e questões de inclusão dos profissionais, na empresa. Há outros projetos que visam à continuidade de desenvolvimento do trabalhados, ao sair da empresa. Um exemplo seria as condições de aprendizagem para o trabalho dos aposentados. Estes cuidados realmente requerem uma consciência maior e mais contemporânea sobre as condições humanas e sociais do trabalho e do trabalhador. No Brasil, apesar de existir esta preocupação por parte de algumas organizações, há poucos empreendimentos da empresa, nesse sentido.

QUE RELAÇÕES PODEMOS ESTABELECER ENTRE A EMPRESA E A EDUCAÇÃO?

A empresa implicitamente valoriza a educação quando se compromete com as condições humanas relacionadas ao trabalho e busca ampliações de suas produções, favorecendo o desenvolvimento sócio-psíquico do trabalhador. Refiro-me às organizações que já colocam como uma de suas metas a aprendizagem necessária para a integração do homem, de forma a garantir as condições saudáveis de trabalho. São programas que demonstram preocupações com a educação associada aos direitos humanos e às produções do trabalhador. A grande questão é: Quais seriam então as condições de aprendizagem integradas ao desenvolvimento psico-sócio-educacional dos profissionais atuantes numa empresa, de forma a favorecer a sua própria produção?

A PSICOPEDAGOGIA ESTIMULA AS EMPRESAS A SE TORNAREM SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS E SUSTENTÁVEIS?

Os profissionais psicopedagogos que trazem os conhecimentos psicopedagógicos no processo de aprendizagem de uma organização contribuem, juntamente com outros especialistas (áreas de administração, comunicação, psicologia, serviços sociais), para ampliar a consciência sobre a responsabilidade social das Instituições e criar condições de aprendizagem que promovam projetos com foco no desenvolvimento psico-social.

COMO ATUA O PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL?

São múltiplas as formas de atuações, porem as mais desenvolvidas até o momento referem-se à formação continuada dos profissionais, promovendo o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e das habilidades criativas profissionais, visando adaptações às condições de trabalho exigidas pela empresa. Outra atuação diz respeito aos serviços de inclusão de profissionais que sofreram ou apresentam, no momento, alguma dificuldade de aprendizagem, deficiências e outras questões neuropsicológicas. O trabalho não necessariamente se desenvolve na empresa, mas em outra organização de prestação de serviços, em que atuam os psicopedagogos e outros profissionais especialistas no assunto. . É importante ressaltar que são atuações psicopedagógicas que requerem uma formação com enfoque psico-social, sistêmico e multidisciplinar

ENQUANTO ÁREA MULTIDISCIPLINAR, A PSICOPEDAGOGIA PODE E DEVE INTERAGIR COM QUAIS SETORES DAS EMPRESAS?

Geralmente a interação e parceria são com os setores de RH (relações humanas).

QUAIS SÃO AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA NA EMPRESA?

Todas as formas de atuações psicopedagógicas empresarial visam desenvolver aprendizagem e construções do conhecimento, com um olhar para o aprendiz trabalhador, levando em conta a sua dinâmica global, para além do que se propunham os antigos “treinamentos” de profissionais. De forma bem resumida ressalto que as contribuições da psicopedagogia dizem respeito ao desenvolvimento psico-sócio-educacional do trabalhador, em suas diferentes funções e papeis , tendo em vista os seguintes objetivos:
  1. A criação de diferentes condições de aprendizagem no trabalho,
  2. O desenvolvimento de funções, papeis e capacidades criativas dos aprendizes trabalhadores,
  3. Ampliações de cursos e dinâmicas para a consciência sobre a atuação humana no trabalho, 4. Adequações de informações e das comunicações nas relações interpessoais e inter-setores.

QUE MENSAGEM DEIXA AOS CONGRESSISTAS, PARTICIPANTES E A TODOS OS PSICOPEDAGOGOS?

O nosso compromisso como psicopedagogos é com a aprendizagem do homem em diferentes contextos, e formas de atuações, não se fixando apenas na aprendizagem formal escolar, apesar de que esta seja fundamental para as bases do desenvolvimento humano. Ampliem, portanto suas concepções sobre homem e aprendiz, levando em conta o compromisso com a aprendizagem humana e suas diferenças, sem perder de vista que aprendizagem se desloca para diferentes contextos de atuações humanas
  • Valorizar a aprendizagem individual e suas diferenças, dando ênfase também a aprendizagem social, a construção coletiva, pois o homem é por natureza um ser social, como enfatiza Pichon Rivière.
  • Precisamos ficar atentos às diferentes formas de atuar e às múltiplas capacidades de pensar, levando em conta as diferentes faces do homem. Como Edgar Morin nos adverte, a nosso foco de reflexões e atuações é contribuir para uma aprendizagem que integra, evitando o isolamento e fragmentação do homem, do conhecimento e do trabalho.
  • Psicopedagogos! O desafio é grande, estamos iniciando nesta caminhada que exige aprofundamentos sobre a complexidade do homem, do conhecimento, da cultura, confrontando-nos com as dificuldades, sem perder a perseverança e determinação. Este caminho do psicopedagogo não é um caminho dado e pronto e não é a trajetória daqueles que buscam só facilitações, titulações e receitas prontas.

Eloisa Quadros Fagali - Doutora em Psicologia. Psicopedagoga. Pedagoga. Psicodramatista. Arteterapeuta. Coordenadora de grupo operativo (Pichon Riviere). Fundadora do primeiro curso de psicopedagogia do Instituto Sedes Sapientiae. Professora, supervisora e orientadora de monografias em psicopedagogia do curso da PUC (SP) e do Mackenzie (SP). Fundadora e supervisora-coordenadora da Ong Psicopedagógica IterAção e do Núcleo Psicopedagógico Integração. Conselheira da Associação Nacional de Psicopedagogia.

como conseguir mais e melhores resultados com as pessoas ?



O site de referência sobre Gestão de Pessoas.
2ª Jornada Virtual de Liderança - Certificados disponíveis!
27/11/2012
RH » Desempenho » ArtigoEnviarComentarCompartilharImprimir

Como conseguir mais e melhores resultados com as pessoas?

Jack Welch que é considerado um dos líderes corporativos mais competitivos da história e sob sua supervisão e da sua equipe de líderes transformaram a GE (General Electric) de um gigante manufatureiro desajeitado em uma das empresas mais ágeis do mundo, disse: "Muitas vezes fui desafiado com a afirmação de que não poderia liderar uma rede de televisão se não entendo dramas e comédias. Minha resposta foi simples: também não entendo nada de turbinas ou de máquinas de lavar: entendo o funcionamento da alma humana. Isso basta para gerir qualquer negócio".
O ser humano deve ser enxergado e valorizado. Temos que parar alguns instantes e refletir no impacto que temos nas vidas das pessoas. Agimos muitas vezes de forma tão inconsciente que não percebemos o quanto nossos comportamentos afetam o outro e a nós mesmos.
Tanto no âmbito pessoal quanto profissional à forma com que nos comportamos faz uma enorme diferença. Pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, nos EUA, revelou que 15% do sucesso profissional dos entrevistados foi atribuído ao conhecimento técnico ou especializado do serviço e 85% a habilidade de lidar com pessoas.
Cada pessoa requer uma estratégia certa para que consigamos os melhores resultados, tornando fundamental para isso, entender seus comportamentos de modo a potencializar suas competências. Para isso, torna-se necessário observar, enxergar e escutar mais. As necessidades e os desejos são individuais, ou seja, o que motiva um pode desmotivar outros. Existem colaboradores que precisam ser mais cobrados, enquanto outros, nem tanto.
Produtos e serviços de qualidade decorrem do compromisso pessoal e do prazer de trabalhar. A dignidade no tratamento, a abertura nas relações interpessoais, espaço para a participação e o diálogo são fatores determinantes na medida de satisfação no trabalho e consequentemente no aumento da produtividade.
Leveza, humor, respeito e confiança constituem componentes necessários à criatividade e ao bom desempenho. Lidar com o erro de forma positiva, escutar sugestões e aprender com elas são algumas atitudes essenciais para a felicidade no trabalho.
A empatia é um aspecto que interfere no ambiente de trabalho, pois é a capacidade de compreender o outro. A verdadeira compreensão só será possível se a pessoa livrar-se de julgamentos baseados em seus próprios valores. Para compreender os motivos das pessoas é necessário colocar-se no lugar delas. Tentar penetrar em seu mundo, a fim de entendê-lo a partir de suas próprias experiências. Ter empatia é essencial para se respeitar o outro.
Os investimentos que muitas empresas fazem no sentido do crescimento técnico e profissional desvinculado do desenvolvimento humano integral acaba por ter efeitos de curto prazo. É essencial que estes programas também trabalhem com atenção, cooperação, elogios, comunicação, reconhecimento e estimulo ao crescimento pessoal.
Atenção, elogios, generosidade, consideração e simpatia são ingredientes que provocam aumento de cooperação, repercutindo favoravelmente na execução das atividades diárias, propiciando uma melhoria nas condições de trabalho.
O ser humano e seu trabalho não decorrem apenas de salários pagos em dia, instalações confortáveis, planos de benefícios. Respeito, gentileza e sinceridade são fatores essenciais.
A principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas que nelas trabalham. As pessoas que determinam o sucesso ou insucesso de um negócio. O sucesso das empresas é o sucesso das pessoas que as compõem.

Palavras-chave: | crescimento profissional | meta |